Guia da Semana



Jogadores profissionais têm um treinamento pesado para aguentar os 90 minutos de partida correndo sem parar atrás da bola. "O organismo deles é adaptado aos diversos tipos de estresse", explica o professor de Educação Física da PUC-Campinas, José Francisco Daniel. Porém, uma vida saudável não é previlégio de quem leva o esporte como profissão.

O preparo de um atleta leva tempo. São anos de treinamentos e competições para que corpo seja adaptado ao ritmo frenético da vida esportiva profissional. O trabalho envolve muito alongamento, coordenação, exercícios aeróbicos, de fortalecimento geral e específico da musculatura. "Eles são geneticamente bem dotados. Não é apenas questão de querer, mas de poder ser", explica Daniel.

O coordenador técnico da unidade Paulista da Runner, Giovane Salvatore, explica também que o treino do jogador profissional precisa ser voltado para as necessidades individuais. "Quem tem deficiência de velocidade, vai ter um trabalho focado para aumentar o rendimento na área ou ainda melhorar a potência do chute, além de força e resistência."

Um atleta tem uma rotina com três tipos de treinamento: técnico, tático e físico. Os dois primeiros são de repetição para que ele aprenda a se posicionar no campo e melhore a performance na posição em que joga. É a parte comumente considerada "chata" pelos jogadores. O último é bastante parecido com o treino físico praticado pelas demais pessoas e envolve corrida, natação e musculação, entre outras práticas esportivas.

A intensidade do treinamento de um atleta profissional é muito grande. Para entender basta pensar que os jogadores passam o "horário comercial" em campo e na academia.

Quem deseja levar uma vida saudável precisa praticar alguma atividade física. A frequência ideal para abandonar o sedentarismo é se exercitar pelo menos três vezes por semana durante meia hora, como orienta Salvatore. "Esse é o mínimo para ter qualidade de vida", indica ele. Além da prática esportiva, o professor recomenda evitar bebidas alcóolicas, cigarro, alimentos ricos em açúcar e gorduras.

Mente de bola

Para ser vitorioso, no entanto, não adianta focar apenas na parte física. O psicólogo e professor da Faculdade de Educação Física da PUC-Campinas João Serapião Aguiar tem 35 anos de experiência com equipes profissionais de jogadores de futebol. Para ele, conceitos como motivação,superação e cooperação fazem parte do vocabulário do profissional.

Junto com a equipe técnica e os jogadores, Aguiar trabalha aspectos psicológicos do time. Como pesquisador e cientista, rejeita resultados obtidos a curto prazo. "Não é possível encontrar resoluções padrões e criar fórmulas para ser um time vitorioso", explica ele que também é consultor do Guarani, de Campinas.

O professor conta que o êxito do trabalho começa com a identificação dos indivíduos que formam o todo do grupo. "Não se pode deixar de levar em conta a singularidade de cada pessoa que forma a identidade do time, da equipe", explica.

Atualizado em 10 Abr 2012.