Desde o seu lançamento, Diablo IV se mostrou um jogo promissor. Trazendo a fórmula clássica da série, além do retorno do lendário Necromante, fomos levados de volta para o mundo de Santuário, para lutar contra Lilith. Agora, a ideia da expansão Vessel of Hatred é a de dar continuidade à narrativa. Contudo, antes da chegada da expansão, a Blizzard fez um excelente trabalho de pós-lançamento, ouvindo sempre a comunidade e, com isso, remodelando toda a experiência de jogo. Assim, o RPG isométrico de temática diabólica conseguiu acertar alguns pontos criticados pelos jogadores, melhorando algo que já estava incrível.
Agora, com a chegada da expansão Vessel of Hatred, a desenvolvedora segue firme no aprimoramento do mundo de Santuário, nos levando a crer em um futuro ainda mais interessante para a franquia. Desta forma, abordaremos aqui as grandes novidades da expansão, como a classe Natispírito, bem como se ela vale ou não a pena. Sendo assim, prepare-se para enfrentar hordas incontáveis de demônios e criaturas bizarras em mais uma análise do Pizza Fria!
Uma continuidade incrível
Diablo IV: Vessel of Hatred traz a continuidade da história do jogo base, sendo menos sombria, mas igualmente interessante. Assim, a narrativa é profunda, repleta de escuridão e perigos variados, mas um cadinho mais otimista, ressaltando aspectos de humanidade e esperança nos personagens. Ou seja, esse eterno confronto entre seres do céu e do inferno segue insana, mas com a união de personagens para lutar contra um problema em comum: salvar Santuário.
Assim, a história segue exatamente após o final do jogo base, com Neyrelle suportando as inúmeras tentações de Mefisto, o demônio do ódio aprisionado por ela. E, após sua fuga e todos os acontecimentos, o jogo apresenta uma nova localidade, Nahantu, uma região selvagem e sombria no extremo sul do mapa do jogo. Assim, nosso personagem entra em cena, ganhando mais protagonismo, para além do que foi visto antes. Ou seja, a abordagem narrativa acaba ficando mais centrada no personagem. Isso, junto da qualidade audiovisual, traz uma imersão incrível, ainda mais com a incrível dublagem em português brasileiro.
Portanto, ao longo de 12 a 15 horas de campanha, Diablo IV: Vessel of Hatred consegue entregar uma história rica e digna da franquia, cheia de cenas onde os personagens refletem, lamentam, discutem e até riem, mostrando aspectos de mais humanidade, se é que posso dizer isso. Assim, este ponto torna-se um destaque interessante, trazendo um pouquinho de esperança a um mundo totalmente desgraçado e sombrio, cheio de fanáticos por todos os lados. E, caso você não queira refazer a campanha principal, é possível continuar a campanha da expansão com um novo personagem, pulando assim uma etapa.
Mercenários e outras novidades
Diablo IV: Vessel of Hatred traz de volta os mercenários, velhos conhecidos dos jogos anteriores, muito úteis para nos auxiliar ao longo de incursões solitárias. Porém, desta vez, a Blizzard deu mais profundidade e a eles, que não são apenas companheiros de luta, mas personagens com personalidades únicas e histórias próprias, seguindo a ideia de humanizar o jogo. Os personagens em questão fazem parte de um grupo de exilados, cada um com suas motivações e habilidades, que serão muito úteis ao longo de toda a jornada. Portanto, escolha quem irá se adequar melhor ao seu estilo de jogo, pois fará uma boa diferença.
No relacionamento com os mercenários, sobretudo quando retornamos para o covil, é possível ouvirmos as conversas entre eles, um detalhe que pode soar meio banal, mas que traz uma profundidade a cada uma de suas respectivas narrativas. E esse cuidado merece ser ressaltado. Afinal, os personagens são partes totalmente relevantes da história. E, tal como na primeira campanha, nada se faz totalmente sozinho em Santuário.
Outra novidade de Diablo IV: Vessel of Hatred, que já foi mencionada, é a região de Nahantu, uma selva opressiva, repleta de regiões cobertas de alcatrão que já esteve presente em Diablo II. E nessa área, cada masmorra e seu respectivo chefe trazem desafios visuais e táticos, seguindo todo o cenário de horror. Portanto, espere ainda mais desafios e chefões cada vez mais assustadores e complicados de serem destruídos. A meu ver, essas são grandes adições a um título já consagrado. E como jogador e fã, fico muito grato de ver isso acontecer. Afinal, foram anos de espera!
No entanto, acho que a adição mais interessante trazida por Diablo IV: Vessel of Hatred, foi a classe Natispírito, formada por guerreiros do reino espiritual, que lembram muito os povos indígenas da América do Sul. Assim, eles combinam artes marciais com poderes sobrenaturais de animais divinos, apresentando diferentes habilidades, todas ótimas para o combate. Desta forma, somos encorajados a explorar todas as diversas novidades, bem condizentes e refinadas para a proposta do jogo. No entanto, uma única coisa me incomodou um pouco durante a jogabilidade com o Natispírito: ao usar a esquiva, o personagem travava no ar, algo que tira um pouco da fluidez de seu movimento.
Sistema de progressão, loot e itens
O sistema de progressão de Diablo IV: Vessel of Hatred foi repensado, facilitando assim a jornada para chegar ao nível máximo, 60. E, ao longo da evolução, os jogadores e jogadoras são recompensados com o desenvolvimento de habilidades e alguns desafios que ajudam a moldar as características do personagem. No entanto, também é possível resetar a árvore de habilidades, algo que nos permite mudar de build sem maiores problemas. Porém, há um custo.
Já o sistema de loot também foi refeito, garantindo que cada equip utilizado impacte diretamente em nosso estilo de jogo. Sendo assim, temos de pensar cuidadosamente em cada detalhe, que adiciona pontos extras a habilidades e até mesmo um aumento considerável nas estatísticas do personagem. Com isso, o aspecto de RPG de Diablo IV: Vessel of Hatred fica ainda mais ressaltado, com o jogo apresentando ainda mais itens e variadas características em cada um deles.
Aliás, a expansão adiciona itens como o peitoral do Natispírito, que consome vida para diminuir o tempo de recarga de suas habilidades, o chamado cooldown. Com isso, somos incentivados pelo jogo a buscar itens cada vez mais potentes e condizentes com o nosso estilo de jogo, sobretudo se mudarmos o nível de jogo, que torna a experiência de Diablo IV: Vessel of Hatred em algo ainda mais assustador. E, acredite, jogar em dificuldades mais avançadas requer muito de nós. Portanto, com todas essas novidades, a Blizzard acerta mais uma vez.
Vale a pena jogar Diablo IV: Vessel of Hatred?
Diablo IV: Vessel of Hatred não é apenas uma expansão para o jogo base, mas é uma maneira dos desenvolvedores reafirmarem sua preocupação com a continuidade do título e, consequentemente, da franquia. E isso é perceptível no cuidado com a nova narrativa, nas mudanças e adequações em suas diversas mecânicas, na criação de uma nova classe, e por aí vai. São muitas as novidades em Santuário, e todas foram muito positivas para a experiência de jogo, que leva Diablo IV a um novo patamar.
Porém, destaco aqui a humanização do enredo, que explora novas dimensões emocionais, trazendo personagens ainda mais envolventes, tendo mais vivacidade e imersão narrativa. Junto a isso, a jogabilidade teve alguns bons aprimoramentos, tendo como grande destaque as mecânicas da classe Natispírito, que trouxeram um estilo único para a franquia. Desta forma, para fãs e novatos, Diablo IV: Vessel of Hatred estabelece um novo nível para RPGs e para a própria franquia.
E, em meio a luz e escuridão, novos inimigos e personagens, a expansão acerta totalmente, sendo uma adição obrigatória, sobretudo para os fãs de Diablo que, assim como eu, viveram a série desde os seus primórdios. Por fim, a experiência em se tornar um matador de demônios está melhor do que nunca, e certamente lhe renderá boas horas de diversão!
Diablo IV: Vessel of Hatred está disponível para PC, via Battle.net e Steam, Xbox Series X|S, Xbox One, PlayStation 4 e PlayStation 5.
*Preview elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Blizzard.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Álvaro Saluan, Pizza Fria
Atualizado em 4 Out 2024.