Edge of Sanity é um terror 2D de sobrevivência com temática de horror cósmico, situado nas montanhas do Alasca. Nele, acompanhamos Carter, sobrevivente de um ataque de monstros vindos de outra dimensão e sua busca por suprimentos e companheiros para auxiliar sua fuga.
Nos últimos anos, a quantidade de jogos inspirados no gênero literário originado por Howard Phillips Lovecraft só vem aumentando, de grandes orçamentos como Bloodborne e outros de menor escopo como o jogo que vamos analisar hoje! Dito isso, será que Edge of Sanity se destaca como um terror inspirado nos contos de Lovecraft? Vamos descobrir em mais uma análise do Pizza Fria!
Sobrevivendo no Alasca
Em essência, Edge of Sanity gira em torno de gerenciamento de recursos. Partimos de nossa zona segura, o acampamento, para obter mais itens com o propósito de aumentar nossas chances de sobrevivência, como alimentos, ferramentas de ataque e construtivos. Divido em regiões, cada mapa vai exigir do jogador uma quantia específica de algum item para poder avançar a história (como 10 latas de comida, por exemplo) e a cada saída para adquirir mais recursos ou investigar mapas obrigatórios, o jogo vai avançar um dia, consumindo alimentos e podendo gerar eventos aleatórios todo dia, como um personagem ficar doente e menos produtivo por um tempo.
Conforme exploramos, podemos encontrar sobreviventes, e fica a escolha do jogador em os convidar ou não para seu acampamento. Cada um possui alguma habilidade única como produzir mais água ou mapear algumas áreas de forma mais eficiente. Enquanto o jogador explora, nossos companheiros permanecem no acampamento realizando alguma tarefa que os foi designado, diariamente consumindo alimentos, caso não exista suficiente recursos para os alimentar, sua moral com eles diminui, podendo chegar ao ponto do personagem morrer permanentemente. Edge of Sanity é desafiador, requer muito cuidado com cada ação realizada no seu dia, apenas algumas escolhas erradas podem fazer dos dias subsequentes um verdadeiro terror.
Já dentro das missões em si, Edge of Sanity proporciona diversas formas de avançar, caminhando furtivamente, evitando confrontos completamente ou lutando contra toda abominação encontrada durante a jornada. Machados, facas, pistolas sinalizadoras e dinamites são só alguns dos diversos recursos que podemos encontrar ou construir em nossa jornada. Os inimigos não ficam para trás, de pequenos vulneráveis a luz até grandes que conseguem nos finalizar em poucos golpes. Chefes são a única parte que peca em números, existem poucos confrontos que mesmo assim são extremamente similares em suas mecânicas.
Os cenários que exploramos é outra parte digna de nota, mesmo se utilizando de elementos muito bem conhecidos do terror, como a porta que precisa do cartão de cor específica, a combinação do armário ou ligar a energia no porão, o game fez um ótimo uso de seus puzzles não apresentando estas familiaridades em profusão. Não são muitos quebra cabeças, documentos e arquivos de áudio. Assim toda vez que encontramos estes segmentos, eles soam mais especiais e quebram muito bem o ritmo dos últimos minutos de suspense e combate.
Narrativa, Sons e Visuais Lovecraftianos
A história de Edge of Sanity acaba por ser simples e familiar, mas longe de ser esquecível. Acompanhamos Carter, um homem no Alasca com parte de sua memória faltando, passamos maior parte das missões tentando entender tudo o que está acontecendo ao nosso redor, o por que de monstros estarem aparecendo e que ligação a empresa P.R.I.S.M tem a ver com tudo isso.
A narrativa se torna intrigante, por que conforme interagimos com nossos companheiros, são oferecidas escolhas na qual podemos optar por agir como uma versão maligna de Carter, sendo este último aspecto á parte mais instigante de toda a campanha. Somado a esse fator, os sobreviventes do acampamento podem morrer a qualquer momento, impactando em parte a história ou habilitando novas missões e diálogos caso sobrevivam.
Visualmente, Edge of Sanity também é bastante satisfatório, florestas, minas, laboratórios entre alguns outros são bem explorados devido a constante presença de transições visuais interessantes para uma versão violenta e assustadora do mesmo ambiente e por diversas vezes em tempo real, lembrando o muito aclamado Alan Wake 2 . No entanto, parar a campanha e fazer grind de recursos, faz o jogador reparar rapidamente na quantidade considerável de recursos reutilizados.
Edge of Sanity realmente tenta assustar o jogador constantemente, a cada vez que um inimigo aparecer na tela, um som alto vai ecoar, ao ponto de simplesmente se afastar e retornar na mesma posição, o som vai se repetir. Os monstros possuem um som caprichado, o caminhar e grunhidos das criaturas são bem executados. No entanto, o mesmo não pode se dizer dos cenários, sonoramente a floresta não é tão distinta de um laboratório, falta profundidade a esses ambientes, já que sons de correntes balançando, chuva e máquinas fazem falta.
Vale a pena comprar Edge of Sanity?
Com uma campanha, que em suas 8-10 horas de duração, não enjoa devido ao seu ótimo balanceamento de história e jogabilidade , sobrevivência desafiadora, e diversos recursos e sobreviventes para se encontrar. Estes elementos bem executados fazem com que Edge of Sanity possua um fator de replay considerável. Além da campanha normal, existe um modo difícil onde nenhuma escolha pode ser contornada, tendo que suportar qualquer erro cometido anteriormente.
O game possui finais abruptos que não valorizam o tempo que passamos protegendo e interagindo com nossos companheiros sobreviventes, além de que a falta de confrontos com chefões fazem recursos mais poderosos e raros desnecessários. Mesmo assim, é um ótimo jogo de sobrevivência, indicado para amantes de experiências de terror desafiadoras.
Edge of Sanity, um jogo de survival horror inspirado em Cthulhu, foi lançado no dia 13 de setembro para PC, via Steam e Epic Games Store, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e Nintendo Switch.
*Review elaborada em um PC equipado com GeForce RTX, com código fornecido pela Daedalic Entertainment.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Higor Neto, Pizza Fria
Atualizado em 20 Nov 2024.