Mais um ano e mais um FIFA. Bem, em breve a franquia deixará de ter esse nome, mas enfim… FIFA 23, game da Electronic Arts, finalmente está entre nós, prometendo uma série de mudanças, tendo como grande novidade a tecnologia HyperMotion2, que traz novas animações e ainda mais detalhes na jogabilidade. No entanto, já vale adiantar aqui que FIFA 23, game que está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC, via Steam, Epic Games Store e Origin, não conta com jogadores licenciados no Brasil, sendo um problema para os fãs do esporte no Brasil.

Porém, o que há de novo em um jogo lançado anualmente e que geralmente traz poucas mudanças? Esse ponto e muitos outros serão analisados aqui, em mais uma review do Pizza Fria!

Antes de mais nada… o que mudou na jogabilidade? E graficamente?

A franquia FIFA é comumente criticada por ser lançada anualmente com poucas novidades. Porém, FIFA 23 trouxe a tecnologia HyperMotion2, que é talvez o principal ponto desta edição, juntamente com o aumento da participação das mulheres no título. Sim, para nós este é um ponto extremamente positivo e agregador ao game, mas falaremos disso mais adiante. Sobre a HyperMotion2, ela prometeu uma série de mudanças na jogabilidade. Contudo, algumas coisas ainda seguem similares aos jogos anteriores. Ainda existe aquela “correria” no Ultimate Team, embora não esteja tão discrepante como antes. Isso é uma pequena mudança? Claro que sim, mas ainda causa incômodos aos jogadores. Imagine com aquelas cartas exageradas do meio do ano? Pois é…

Mas não pense que a HyperMotion2 não trouxe nenhuma mudança, pois ela trouxe sim! As faltas, pênaltis e escanteios novamente foram reformulados (DE NOVO!). Ou seja, quando você aprender a dominar esses aspectos, a EA certamente o mudará. Simples assim. No entanto, brincadeiras à parte, a mudança foi muito bem-vinda, deixando o jogo ainda melhor nestes quesitos.

Existem também pequenas mudanças nas mecânicas da defesa e na movimentação dos jogadores. Em minha experiência durante as partidas de FIFA 23, senti alguns probleminhas na inteligência artificial da zaga, que deixava muitos espaços para os atacantes adversários. No entanto, a defesa feita pela máquina se mostra bem complexa e forte, estando sempre em cima de nós, sendo uma ótima forma de aprender a jogar sob pressão.

Contudo, no geral, FIFA 23 deu uma boa melhorada, apresentando um jogo um pouco mais “cadenciado”, algo que pode vir a mudar durante o ano. Sim, a franquia FIFA tem um costume de dar pequenas modificadas na jogabilidade – sobretudo no Ultimate Team – que é um modo maravilhoso, mas extremamente estressante – sobretudo para quem é competitivo como eu.

Ah, e claro, graficamente o FIFA 23 teve melhorias nos detalhes dos personagens, com cabelos balançantes, expressões e traços mais reais e movimentação mais apurada. Mas é claro, ainda existirão chutes improváveis onde o jogador controlado dá, literalmente, um giro em 360º e faz um golaço extremamente improvável de acontecer na vida real. Outro ponto legal da parte gráfica são os detalhes dos estádios como a torcida, a iluminação, além da variedade de customização presente no Ultimate Team, que traz até o treinador Ted Lasso e a lendária equipe do AFC Richmond.

Mulheres dentro e fora de campo sim!

Uma outra novidade muito bem-vinda para FIFA 23 é a inclusão de mais ligas femininas, além da Copa do Mundo Feminina, que chegará em um DLC futuramente. Contando com animações especiais feitas através da tecnologia HyperMotion2, o futebol feminino conta com um ótimo nível de detalhamento, crescendo bastante desde a última edição. Outro ponto que vale ser ressaltado aqui é a inclusão da jornalista Natália Lara como repórter de campo na versão dublada de FIFA 23, dando suporte para o narrador Gustavo Villani e o comentarista Caio Ribeiro. Na versão em inglês, tal mudança também foi implementada.

Essa mudança tornará a franquia ainda mais atrativa para o público feminino, que já segue em crescimento no mundo do futebol eletrônico. Particularmente, acho excelente dar visibilidade ao futebol feminino em uma franquia tão grande quanto FIFA. Sendo assim, considero um golaço da EA no quesito representatividade e novidade para os jogadores e jogadoras! Afinal de contas, todos nós amamos um bom futebol!

Os modos de jogo melhoraram

FIFA 23 prometeu e trouxe diversas mudanças em seus inúmeros modos. No entanto, vale destacar aqui que tive uma imensa dificuldade de jogar o modo VOLTA com outras pessoas, o que me faz não abordar tanto assim este modo em específico. Porém, ainda falando sobre os modos multijogador, o Pro Clubs finalmente teve um pouco mais de atenção, corrigindo alguns problemas e tornando o jogo mais justo e menos bagunçado. O Ultimate Team, ao contrário, segue apostando na fórmula de sucesso que rende milhões aos cofres da EA através de suas cartas super exageradas que transformam totalmente a jogabilidade de FIFA 23. Gosto muito, mas me estresso igual, não vou negar.

Ainda sobre o VOLTA e o Pro Clubs, em que podemos criar avatares, sinto falta de um maior poder de customização, sendo um aspecto que pouco muda de ano pra ano. Tudo é meio limitado e, dificilmente conseguimos criar um avatar nosso, por exemplo. É claro, esse é um ponto secundário, mas sempre sinto que a EA poderia melhorar este ponto não só em FIFA, mas em todos os seus outros jogos esportivos.

E para quem curte jogar sem ficar maluco com gols de virada no último minuto, ou corridas insanas de jogadores sobrenaturais, os modos para um jogador estão ainda melhores. Deixo aqui o destaque para o modo Carreira, que colocou mais novidades na gestão do time e em aspectos como contratações, mostrando ao jogador se ele é, de fato, um negociador nato, ao dar uma pontuação por cada compra ou venda feita. Isso sem contar que a cadência de jogo desses modos são muito mais condizentes com a realidade do futebol, apresentando um jogo mais focado em toques e trabalho de bola do que simplesmente tocar na lateral e disparar loucamente até chegar dentro do gol.

Vale a pena comprar FIFA 23?

Entre mudanças e repetições, vale a pena ressaltar que FIFA 23 conseguiu apresentar algumas melhorias, embora o jogo, em grande parte, permaneça com algumas coisas similares aos anteriores. Porém, detalhes como as faltas, pênaltis e escanteios estão infinitamente melhores do que antes, embora necessitem uma certa prática. Os gráficos estão nitidamente melhores, mas mantendo aquela base do que já conhecemos de FIFA, as narrações estão recebendo aprimoramentos, tal como a adição da Natália Lara como repórter de campo, e muitos outros detalhes nos modos para um jogador mostram que FIFA 23 conseguiu mostrar algumas novidades.

Contudo, ainda acho que, por ser um título anual, FIFA 23 sempre é lançado com preços muito altos, chegando na casa dos R$ 300,00, saindo completamente da realidade do jogador médio brasileiro. A questão financeira é ainda mais acentuada em FIFA 23 no Ultimate Team, onde muitos jogadores gastam uma nota para montar uma verdadeira seleção, criando uma grande discrepância entre os jogadores médios e os que gastam muito tempo e dinheiro no título da EA. É claro, todos sabemos que esta é uma forma da EA lucrar, mas isso causa um certo gap entre os grupos de jogadores. Por sorte, na maior parte do tempo, o matchmaking acaba sendo relativamente justo…

Trazendo mudanças pontuais e precisas, mas ainda seguindo com alguns detalhes para serem aprimorados, FIFA 23 segue sendo o melhor jogo de futebol da atualidade, ainda que seja mais aproximado do arcade do que de um simulador. De toda maneira, a diversão e o desafio do jogo ainda estão ali, mexendo com os aficionados pelo esporte bretão. E, novamente, exalto aqui o papel da EA no quesito representatividade com o futebol feminino e as repórteres de campo durante as transmissões, seguindo uma tendência mundial muito positiva para o esporte. No mais, FIFA 23 segue a receita de bolo dos últimos anos, mudando alguns pontos, mas sem alterar a essência.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Electronic Arts.