Moonbreaker, game desenvolvido pela Unknown Worlds Entertainment, apresenta-se com uma proposta inovadora no mundo dos jogos, misturando elementos de jogos de tabuleiro com estratégia em turnos, em um universo rico em narrativas e possibilidades. Como dito em nossa preview, o título pode ser considerado um Wargame, estilo de jogo de tabuleiro extremamente complexo, que simula um campo de batalha. Nele, dois jogadores se enfrentam, buscando estratégias diferentes para vencer, por meio de diferentes peças, que carregam consigo funções variadas, em uma espécie de xadrez, só que com mais regras e detalhes.
E, aqui, além de um Wargame digital, temos uma espécie de “coleção de miniaturas”, que podemos pintar e personalizar como quisermos. Desta forma, Moonbreaker traz uma sensação “física” para um jogo totalmente digital, algo que já pode ser ressaltado como um ponto positivo. Contudo, ainda há muito a ser falado sobre o game, que já está disponível para PC, via Steam. Sendo assim, prepare-se para embarcar em uma mais uma análise do Pizza Fria!
A jogabilidade é o diferencial
A jogabilidade de Moonbreaker funde a estratégia tática com inspirações tiradas de jogos de cartas populares como Hearthstone ou GWENT, permitindo aos jogadores compor seus exércitos com até 10 unidades, incluindo um capitão. Este último atua como uma peça central da partida, sendo mais poderoso que as demais unidades e liderando a equipe. E, para vencer, você precisará derrotar o capitão adversário.
No campo de batalha, o capitão não está sozinho; é possível convocar outras unidades utilizando um recurso conhecido como brasa, similar à “mana” em outros jogos. Neste sistema, unidades de menor poder requerem menos brasa, enquanto as mais poderosas demandam mais, simples assim. No entanto, diferentemente dos jogos de cartas convencionais, em Moonbreaker, o jogador inicia a partida com acesso a todas as suas unidades, necessitando apenas de brasa suficiente para mobilizá-las. Ou seja, leva tempo para ir colocando cada peça na luta.
As unidades têm a liberdade de se mover e atacar uma vez por turno, mas o uso de habilidades especiais — como ataques de área ou habilidades de cura — podem acabar consumindo brasa. Dependendo se o ataque é à distância ou corpo a corpo, o posicionamento torna-se crucial, exigindo estratégia para se manter em vantagem. E tudo isso faz uma diferença absurda, sobretudo se os inimigos se esconderem atrás de suas próprias unidades ou de alguns obstáculos colocados no mapa.
Com diversas unidades e Capitães distintos, Moonbreaker oferece variedade na composição das equipes, tendo cada uma delas estilos de jogo variados. Cada Capitão conta com características únicas, desde o combate direto corpo a corpo até a convocação e aprimoramento de tropas, ou mesmo a estratégia de minar o campo de batalha para surpreender os adversários. A escolha do Capitão e a montagem da equipe são fundamentais, proporcionando uma camada adicional de estratégia. Na versão final, alguns times já estão previamente montados.
Desta forma, mesclando diferentes estilos, Moonbreaker traz um pouco do mundo dos tabuleiros físicos para o mundo virtual, algo que pode ser muito bom. E se você gostar de pintar e customizar suas peças, o jogo permite com que isso seja feito, nos dando a possibilidade de criar peças únicas.
Pintar peças é um passatempo para quem tem paciência
Nos tirando totalmente da ação, Moonbreaker permite a customização de cada uma de nossas peças, como já foi dito acima. Seu avançado sistema de personalização de miniaturas pode ser um deleite para muitos. No entanto, particularmente, prefiro a ação. De toda forma, este recurso inovador permite que os jogadores personalizem suas unidades com uma ampla gama de cores, pincéis e técnicas de pintura, trazendo pela primeira vez o hobby de pintura de miniaturas para o ambiente digital de um jogo.
A complexidade do sistema de personalização é notável, possibilitando à comunidade a criação de designs incrivelmente detalhados para os personagens. No entanto, um ponto a ser melhorado é a ausência de uma funcionalidade que permita compartilhar ou trocar essas criações personalizadas entre jogadores, algo comum no Steam. Eu, que não tenho habilidade nenhuma com isso, acabei só dando uma boa olhada e me arriscando. E olha… não deu muito certo. Mas, é inegável o mérito desta função no game.
Vale a pena jogar Moonbreaker?
A perspectiva de Moonbreaker, ao que tudo indica, inclui sua transição para um modelo gratuito para jogar (F2P), com a intenção de mantê-lo atualizado e vivo seguindo o modelo de serviço contínuo (Live Service), algo cada vez mais comum na indústria dos jogos. No entanto, o que me preocupava era justamente a maneira como a monetização do jogo seria feita. Mas, as coisas liberadas com dinheiro podem ser conquistadas em algumas horas de jogo. Ou seja, dos males, o menor.
Contudo, mesmo gostando da ideia e toda a sua execução, desde os gráficos bonitos e condizentes com um jogo de tabuleiro, a efeitos sonoros variados, Moonbreaker me deixa com a sensação de que falta algo. Não sei se é a falta de inteligência da IA, que em alguns momentos deixa bem a desejar, se são os modos de jogo limitados, não sei. Mas mesmo com o jogo tendo me agradado, ainda tenho essa sensação.
Moonbreaker consegue trazer a atmosfera dos jogos de tabuleiro para a tela do PC. O jogo é bastante completo e variado, e os planos de expandir sua lore para outras mídias, além de transformá-lo em um serviço de jogo competitivo, são empolgantes para fãs de Wargames, jogos de cartas e entusiastas da pintura de miniaturas. É uma verdadeira pena que o jogo não tenha legendas para o português brasileiro, o que facilitaria muito para a popularização do jogo. Se você é fã desses estilos de jogo, pode jogar tranquilo. Agora, se você não curtir jogos de estratégia em turnos, sugiro que procure outra coisa.
*Review realizada em um PC equipado com uma placa GeForce RTX com código fornecido pela KRAFTON.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Álvaro Saluan, Pizza Fria
Atualizado em 21 Abr 2024.