Sempre fui fã de party games de videogame, pois eles oferecem uma experiência social envolvente, remetendo aos tempos das jogatinas em couch co-op e multiplayer local das antigas, como na era de 16 bits dos Super Nintendo e Mega Drive da vida, bem como PS1, N64 e PC. Franquias tradicionais como Bomberman, Worms, Mario Party, além das atuais Overcooked!, Gang Beasts, Boomerang Fu e Old Ballers são exemplos que trazem essa sensação de diversão e caótica, compartilhada com amigos do seu lado, tornando a experiência mais marcante.

Pool Party, como próprio nome já diz, é um desses jogos. Concebido como um party game , este jogo desenvolvido pela Lakeview Games e publicado pela Mindscape, é um jogo para festas baseado em sinuca/bilhar (que inglês é pool) e que utiliza do estilo de jogo pra fazer um trocadilho com o nome, já que “pool” em inglês também é piscina. E existem as tais festas americanas com piscina, famosas em diversos filmes, logo o jogo já gera um clima na própria escolha do nome, mesmo que este faça mais sentido nas gringas…

Pool Party é, portanto, um “jogo festivo” em que somos bolinhas animadas de sinuca disputando diversos modos de jogo, hora 100% competitivo, hora em times… Nele, podemos jogar solo com bots e/ou com até quatro jogadores em multiplayer local que onde a proposta do jogo fica interessante. Quer saber o que achei disso tudo? Vem comigo em mais uma review do Pizza Fria!

Conhecendo Pool Party

Como todo bom party game, Pool Party não tem um compromisso grande com gráficos realistas, tampouco com música (esta, inclusive, é bem repetitiva). A ideia é simplificar para que as jogatinas sejam sessões rápidas e divertidas, eliminando burocracias de games mais completos, ou longos tutoriais.

Ao entrar no jogo temos, basicamente (além do menu de opções), o modo multiplayer local (não temos multiplayer online) e o modo torneio, que, na verdade, é quase o mesmo modo, só que para um e usando um somatório de pontos. Começando pelos tutoriais, que são simples e apresentados já na hora do gameplay, com três frases básicas e três comandos básicos: chutar/empurrar, rebolar (que na verdade é o rolar da bola que somos, tipo um spin do Sonic) e movimentar.

Em Pool Party, somos as tais bolas de sinuca. Elas variam entre as cores primárias e até existe personalização, mas esta é muito limitada e “fraquinha”… Parece que está ali só para dizer que tem. Bem, eu particularmente não me incomodo com isso, até prefiro, para deixar o jogo mais direto ao ponto. Contudo, certamente temos pessoas que podem se desagradar desses aspectos, sobretudo por ter uma “falsa promessa” de personalização, quando na verdade, mudamos apenas algumas nuances.

Outros dois pontos que podemos destacar de Pool Party são sua física mais “doidona” (creio que propositalmente) e, por tabela, seu “frenesi” e rapidez. Bem como os modos de jogos variados, que são: o próprio Bilhar, Futebol, Sumô, Ídolo ,Maldição, todos contra todos e Festa (que, no torneio, pretende por uma jogatina de cada). Basicamente, escolhemos um modo, ou um mix deles, e vamos acumulando pontos até chegar a um pódio, numerando os melhores jogadores da “sessão”.

Modos de jogo

Utilizando um breve parágrafo para falar mais da atração de Pool Party, ou seja, seus modos de jogos… são eles:

• Bilhar: O modo que tem mais a ver com o próprio nome do jogo, em que marcamos pontos “chutando” outras bolas “genéricas” no buraco. No fim da correria, podemos chutar os nossos próprios adversários, que daí que a coisa fica mais doida e interessante. Este foi o primeiro modo que joguei e, apesar de não ser difícil, já aí achei que Pool Party exigia um “controle” melhor do que um Boomerang fu da vida, ou seja, já no início notamos que o título, apesar de party game e da física frenética, não é tão simples e intuitivo assim.
• Tênis: Já neste modo de jogo, em vez de um “free for all”, dividimos aleatoriamente em times (duplas) para jogar uma partida de tênis simplificada, onde ganha ponto quem joga a bola ao fundo da outra quadra. E para defender temos nossa personagem bola, bem como sua dupla e também uma “máquina” que fica atrás andando para um lado para o outro, para dificultar a ida das bolas do adversário ao fundo.
• Sumô : Neste modo, a ideia é simular a tradicional luta de tatame. Mas, a exemplo dos outros modos esportivos, por obviedade o que temos aqui são certas similaridades, apenas. A ideia é jogar o “coleguinha” pra fora do “tatame” para marcar pontos, ou seja, empurrar os adversários para fora da arena sem usar chutes.
• Futebol: Neste modo, jogamos ao melhor estilo “golzinho de praia” (sem a praia). Ou seja, em duplas temos que marcar gol em traves sem goleiros em um determinado espaço de tempo e, enquanto fazemos isso, podemos  derrubar oponentes a vontade.
• Ídolo: Este, confesso, talvez tenha sido meu modo de jogo preferido. E como se fosse um pique pega reverso, no qual algum adversário começa com um “ídolo” e você tem que o derrubar para pegar o ídolo, mantendo com a posse dele o maior tempo possível, visto que os pontos são ganhos por tempo neste modo de jogo. Em suma, aqui o que temos que fazer é segurar um ídolo o máximo de tempo para ganhar pontos, evitando ser derrubado.
• Amaldiçoado: Este, por sua vez, é um dos modos de jogo que achei mais confuso. Basicamente, consiste em alguém estar “com um fantasminha”, e, por tanto, amaldiçoado… Daí, este personagem deve evitar os chutes dos outros.
  Todos contra todos : Nesse modo temos uma espécie de free for all genérico e frenético.
• E, por fim, temos o modo Festa (sobretudo no torneio) em que os modos vão se misturando, aparecendo pouco a pouco.

Vale a pena comprar Pool Party?

Pool Party preenche competentemente a lacuna de jogos de multiplayer local, tão raros hoje em dia. Contudo, não chega ser espetacular ou muito imersivo, mas interessante como mais uma opção para quem quer se divertir com os amigos. Ele tem como ponto positivo ter uma quantidade até que grande de modos de jogo, que mantém uma certa rejogabilidade mas, em contrapartida, faz com que o jogo não tenha uma identidade assertiva, como o próprio mencionado anteriormente Boomerang Fu, que ao meu ver, concentrando em um tipo de jogatina, fica com uma identidade mais definida e é mais fácil de ser assimilado.

Tive a experiência de jogar o jogo com um ou outro membro da família e as impressões que eles tiveram foram bem similares, cravando que é um jogo divertido e interessante, mas sem ser um “must play” do gênero.

Outra experiência que tive foi “jogando” com meu filho de quatro anos, em que muitas vezes sem mexer o controle direito, conseguia ganhar tamanho o frenesi do jogo. Em alguns momentos descobri que, com muitos jogadores (bots), ficar parado é mais negócio que ir pra ação, algo até recorrente neste tipo de jogos. Mas é algo que poderia ser mitigado de alguma forma.

Em contrapartida, para crianças e públicos mais jovens, as cores, as carinhas e os gráficos, de modo geral, fornecem uma boa imersão, sendo um bom atrativo, apesar de simples. Um exemplo interessante e que particularmente meu filho gostou foi de que, ao final da competição, em um pódio, o primeiro colocado estava com carinha feliz, o segundo “pouco feliz” e o terceiro, com raiva… parece um mero detalhe.

Enfim, Pool Party oferece uma experiência leve e divertida, para momentos de descontração com amigos e família, sendo, portanto, uma boa opção para quem busca uma diversão para jogar em multiplayer local, algo tão divertido e cada vez mais raro de encontrar. Apesar de alguns contras, como a ausência de multiplayer online e a potencial repetitividade de alguns modos, seus prós, incluindo a variedade de tipos de modos de jogo, a localização em português (mesmo que não brasileiro) e a facilidade de aprender a jogar, fazem deste jogo uma boa opção para quem busca diversão descompromissada e interações dinâmicas.

Pool Party foi lançado nesta quinta-feira, 16, para PC, via Steam, PlayStation 4, PlayStation 5, e Nintendo Switch, com a versão de Xbox Series X|S chegando no dia 31 de maio.

*Review elaborada no PlayStation 4, com código fornecido pela Mindscape.