Desde o lançamento do acesso antecipado, venho acompanhando a saga de V Rising. O jogo da Stunlock Studios, que estará disponível para PC, via Steam em sua versão 1.0 no dia 8 de maio, virá com melhorias, ouvindo a opinião dos jogadores da versão antecipada, que foi um verdadeiro sucesso. E, de fato, a proposta simples do game consegue nos entreter por várias horas, misturando diversos gêneros como sobrevivência, mundo aberto, hack and slash, construção de bases e muito mais. Porém, o diferencial do game, como o próprio nome diz, é nos colocar como vampiros. Ou seja, devemos ter cautela ao agir durante o dia, evitando os raios solares.

No entanto, vocês certamente estão curiosos para saber se essa mistura da Stunlock deu certo, ou só teve um hype ao começar o acesso antecipado em 2022, certo? Desta forma, essa análise focará exatamente em falar do jogo em sua totalidade, analisando cada um de seus aspectos. Sendo assim, confira mais uma review antecipada do Pizza Fria!

Uma narrativa vampiresca

Logo ao começarmos a jogar V Rising, somos apresentados a uma animação que explica o pano de fundo do game. Na ocasião, somos vampiros escondidos derrotados pela humanidade há séculos atrás, dormindo por um longo tempo. Agora, acordados novamente, nosso objetivo consiste em ir atrás de sangue e vingar a derrota do passado, dominando Valdoran. Contudo, para isso precisaremos de um longo avanço, derrotando diversos inimigos, reconstruindo nosso castelo, convertendo diversos humanos em servos leais para endossar nosso futuro império vampiresco.

O mundo de V Rising traz diversos horrores e perigos ao longo de um vasto mapa aberto. De florestas arborizadas a cavernas obscuras com recursos valiosos e inimigos formidáveis, o título traz uma longa caminhada pela frente. E você poderá jogar online ou offline, fazendo amigos e até mesmo inimigos. A ideia de V Rising é a de reconstruir o império dos vampiros, algo que fica muito mais interessante ao jogar com outros jogadores. Contudo, a maior parte de minha experiência foi solo, o que não tirou a graça do jogo.

Desta forma, a história de V Rising é só um pano de fundo para um mundo sombrio e cheio de criaturas perigosas, vampiros, bandidos e tudo de ruim que você possa esperar. Esta parte me lembrou um pouco os tempos em que joguei Vampiro: A Máscara por horas. Mas, vale ressaltar que V Rising não tem aquela ponta de RPG, nos dando apenas algumas habilidades, que conquistamos ao sugar o sangue de diversos inimigos poderosos, que podem ser rastreados através do cheiro do sangue.

Ser um vampiro tem seu lado bom

Tal como nas lendas, em V Rising, nós temos de ter muito cuidado com a luz solar. Se nos expomos muito a ela, podemos acabar virando cinzas e morrendo. Contudo, se encontrarmos relevos, árvores ou qualquer coisa que faça sombra, poderemos nos manter sãos e salvos. Ou seja, precisamos ter cautela durante o dia e aproveitar bem o período noturno, indo atrás de nossas vítimas nesse horário. Existem itens que ajudam a não queimar no sol, mas eles contam com duração limitada. Assim, temos de usar com cautela. Caso queira esperar o tempo passar, é só voltar para o seu caixão e aguardar a noite. O importante é se manter alimentado de sangue, sempre.

Sobre os combates em si, V Rising é um simples hack and slash simples, em que podemos utilizar armas de curta, média e longa distância, indo de espadas a arcos. E para executarmos os ataques, movemos o personagem com o WASD, algumas outras teclas que ativam as habilidades, e o mouse para clicar e atacar. Nisso, a proposta do game é bem simples, e funciona muito bem. Portanto, teremos de dominar diferentes armas contra os mais variados inimigos. Embora seja um hack and slash, precisamos ter uma certa cautela, pois a morte nos espreita o tempo todo. Assim, é extremamente importante utilizar bem cada um dos poderes adquiridos. É tudo bem tático, acredite.

Sede de sangue

Os sistemas de V Rising que dão vida ao mundo vampiresco são o Blood e o V Blood. No primeiro caso, como vampiros, “naturalmente” precisamos de sangue para sobreviver, correto? É bem por aí. Mas em V Rising, há uma questão interessante a ser sempre analisada. Cada inimigo tem um tipo de sangue específico, com estatísticas próprias, que podem nos dar diversos bônus.

Ou seja, beber de um lobo ou veado, animais fáceis de serem achados, por exemplo, concede maior velocidade de movimento. Já se refrescar com o sangue de inimigos ladinos aumenta a taxa de acerto crítico. E por aí vai. Por conta disso, temos que pensar bem antes de bebermos todo o sangue de um inimigo, pois algumas habilidades fazem muita diferença ao lidar com as mais variadas ameaças de Valdoran.

Já a questão do V Blood é um pouco mais complexa. Aqui adquirimos as habilidades que falei em outros momentos. Para isso, precisamos farejar diversos chefões espalhados pelo mapa. E a cada novo inimigo derrotado, podemos adquirir transformações ou habilidades usadas em luta, divididas em gelo, sangue e outros estilos, a depender de cada inimigo vencido. Assim, teremos uma infinidade de habilidades para lidar com diferentes tipos de inimigos.

V Blood, por outro lado, é algo completamente diferente. Você adquire habilidades adicionais ao derrotar chefes espalhados pelo mundo. Essas habilidades podem ser transformações ou habilidades voltadas para o combate, como ataques de gelo ou sangue. Isso proporciona estilos de jogo mais variados entre os vampiros. E, neste ponto, tudo fica ao nosso gosto. Portanto, tome o sangue do máximo de inimigos para ter uma ampla gama de oportunidades. Acredite, isso fará muita diferença, sobretudo no PvP.

Ah, e por fim, é importante colher também a essência do sangue, que é depositada no altar de nosso castelo para manter tudo funcionando perfeitamente, tal como a gasolina em um carro. Parece bobagem, mas o jogo vai explicando isso também. Então, confia!

Sobrevivência em meio ao caos

Um ponto legal de V Rising é a enorme variedade de itens que encontramos, sendo muito úteis para irmos construindo as coisas necessárias, algo que o próprio jogo vai nos guiando a fazer. Assim, nosso castelo vira também uma espécie de oficina, tendo mesas para criar armas, descobrir novas pesquisas, transformar matéria-prima bruta em lingotes, madeira em troncos, e por aí vai. É tudo muito intuitivo e bem guiado pelo jogo, algo que confesso ter facilitado bastante a minha vida. Entretanto, se jogarmos no modo normal, fica nítido que a progressão do jogo requer um certo domínio. Em minha primeira run, confesso ter levado alguma coça do jogo, mas por falta de hábito.

Assim, em V Rising, além de descermos a ripa nos inimigos, temos que ir nos aprimorando. E nosso nível acaba sendo diretamente ligado a qualidade dos nossos itens. Tal como em Minecraft e outros jogos do estilo, você pode construir armas com diferentes materiais: ossos, ferro, cobre, e por aí vai. O mesmo ocorre com as armaduras. Contudo, o processo de produção fica cada vez mais difícil, e as matérias-primas mais difíceis de achar. E isso é bom, pois ao aumentar a dificuldade, nos obriga a explorar mais o mapa aberto. Desta forma, a parte de sobrevivência não deve nada a outros títulos.

No modo online, precisamos tentar manter a diplomacia, angariando aliados para nosso grupo para tentar sobreviver. Por conta disso, é sempre bom termos em nosso castelo caixões para os amigos e servos. Além disso, precisamos estar sempre preparados para o ataque dos inimigos, que tentarão saquear as riquezas de nossa fortaleza. Neste aspecto, V Rising pode ser jogado como um RPG fora das dinâmicas propostas pela Stunlock, algo que daria mais profundidade ao mundo obscuro em que estamos inseridos. Mas isso é só um detalhe. Ignorando essa possibilidade, que dependeria de muitas pessoas, a experiência de dividir as aventuras com um amigo já é boa o suficiente.

Vale a pena jogar V Rising?

Para muitos, V Rising pode parecer apenas um jogo de sobrevivência e ação. No entanto, para fãs de vampiros e de ambientações góticas, o jogo é um prato cheio. Boa parte de suas mecânicas, embora não sejam novidade, são muito bem executadas, tendo todo um acompanhamento do game, que nos direciona ao que fazer, liberando cada vez mais tecnologias e novidades bem úteis. Assim, o destaque de V Rising acaba ficando mesmo para os sistemas de Blood e V Blood, que tornam nosso vampiro em uma verdadeira máquina com o tempo. Desta forma, este certamente é um diferencial colocado no título pela Stunlock.

Sobre gráficos e sons, V Rising é bem simples, não apresentando aqueles gráficos extremamente detalhados ou sons mega imersivos, mas traz exatamente o que o estilo precisa, em uma forma mais simples, mas não simplória. Particularmente até gosto do estilo adotado, que lembra um bocado Valheim. Inclusive, podemos ir customizando nossos vampiros como bem entendermos, algo que acaba sendo um extra no meio disso tudo.

Talvez o único problema em V Rising seja a velocidade de progressão. É claro, isso pode ser mudado nas configurações do servidor. No entanto, para fazer esta crítica, preferi jogar no modo normal, com o objetivo de compreender as minúcias do game. Caso eu corresse demais, perderia o gostinho da conquista de cada novidade para o personagem e até mesmo para o castelo, que vai tomando um pouco de forma, ao estilo The Sims (com muitas limitações, é claro).

Enfim, concluindo, V Rising é um bom jogo de ação e sobrevivência, não devendo nada a outros títulos. Porém, o seu diferencial vampiresco pode ser um chamariz interessante para os jogadores que curtem esse estilo. Eu seria muito injusto se dissesse que o jogo é totalmente diferente de todos os outros que vi, mas acabo não achando esse estilo ruim, sobretudo se bem executado como a Stunlock fez, e ainda acrescentando uma coisinha aqui e ali. Assim, o que posso dizer é que V Rising é um bom jogo para se jogar sozinho, mas fica muito melhor com os amigos.

Por fim, vale ressaltar que V Rising é totalmente legendado em português brasileiro, o que é excelente. Além disso, o game será lançado para PlayStation 5 no final deste ano.

*Preview elaborada em um PC, equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela Stunlock Games.