Guia da Semana

Um roguelike sempre cai bem para passar o tempo, não é mesmo? Pensando nisso, a Motion Twit, que também desenvolveu Dead Cells, criou Windblown, que chega em acesso antecipado para PC via Steam. O jogo, que nos apresenta personagens carismáticos ao longo de toda a trama, promete trazer fortes aventuras pelo Vortex, uma região perigosa. Assim, teremos que salvar nossa ilha e, além disso, resgatar pessoas perdidas pelo caminho, tudo no estilo roguelike, onde a morte nos acompanha o tempo todo. Mas afinal, o que há de novo em mais um game desse estilo? Essa e outras questões serão observadas nessa preview. Confira!

A narrativa

Tal como em outros roguelikes, Windblown também tem uma narrativa. A história do jogo, se passa na The Ark, uma vila flutuante bem simpática, que orbita o mortal Vortex. Assim, apesar de seu cenário tranquilo, a paz do lugar está com os dias contados. Desta forma, nos tornamos um Leaper, um guerreiro implacável cujo objetivo é enfrentar os infinitos emissários do Vortex, função que vários outros antes não conseguiram executar ao tentar proteger seu lar. Desta forma, toda a atmosfera caótica de um possível fim da vila, apresentada desde o início, nos dá uma sensação de urgência para salvar a vila, e cada decisão tomada no caminho é essencial.

Como é possível perceber, Windblown tem uma narrativa simples, mas muito funcional para a ideia de um roguelike. Somando isso a personagens bonitinhos e simpáticos, a ideia é boa. Mas é isso. E o restante vai sendo explicado por meio de memórias coletadas ao longo das infinitas corridas, já que pereceremos ante os inimigos por incontáveis vezes.

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(Imagem: Divulgação)

Jogabilidade frenética, mas nada de muito novo

Windblown se destaca em um ponto: sua movimentação é muito ágil, onde os Leapers pulam de plataforma a plataforma para se locomover. Soma-se isso batalhas com um ritmo frenético. Assim, a exploração de ilhas flutuantes em constante mudança cria uma experiência única a cada corrida, cheia de segredos e desafios. Desta forma, os combates contra os inimigos exigem precisão e reflexos rápidos para atacar e defender. Os chefes poderosos acrescentam uma camada extra de dificuldade e emoção, nos forçando a tentar encontrar as melhores maneiras de vencê-los.

Outro aspecto interessante de Windblown é a variedade de armas e habilidades disponíveis ao longo das corridas. Além disso, os Leapers podem absorver as memórias dos guerreiros derrotados encontrados pelo caminho, desbloqueando poderes especiais e permitindo a criação de novos equipamentos, uma ideia muito bem executada. Essa mecânica nos permite ter uma enorme variedade de combinações e sinergias, possibilitando diversos estilos de jogo, algo que fica ainda melhor com a opção de equipar duas armas e utilizar efeitos passivos, acessórios e outros itens para mudar rapidamente a configuração do personagem. Com isso, Windblown ganha um nível estratégico interessante e essencial.

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(Imagem: Divulgação)

Por fim, precisamos abordar a morte em Windblown. Ela adota uma abordagem punitiva, tal como manda o figurino do gênero, porém é bem justa. Portanto, cada batalha é um teste de habilidade e paciência (e muita paciência mesmo, faz parte…), onde um único movimento errado pode resultar no final da corrida, nos levando a começar tuuuudo de novo. Mas é aquilo, a tônica do roguelike é nos ensinar através dos erros, onde a cada morte, ganhamos conhecimentos sobre os padrões de ataque inimigos, algo essencial.

Por fim, vale mencionar que Windblown traz também uma experiência cooperativa, oferecendo a possibilidade de convocar outros Leapers no modo online, equilibrando as chances contra os desafios mais difíceis. Ou seja, a ideia de jogar com amigos pode ser bem melhor do que fazer infinitas corridas sozinho. Esse aspecto social do jogo me anima bastante, sendo algo cada vez mais necessário em alguns jogos.

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(Imagem: Divulgação)

Gráficos e outros detalhes

Windblown tem gráficos em estilo cel-shadding, que funcionam bem com a ideia proposta, trazendo personagens cartunescos e que me lembraram um pouco o universo de Sonic. Porém, sinto que precisa de um pouquinho mais de polimento, algo tranquilo para ser executado. No aspecto sonoro, o jogo também é bacana, sendo um ponto simples, mas que se torna perceptível após várias partidas. Sobre bugs e glitches, confesso que não tive problemas com isso ao longo de horas de jogo. A jogabilidade é fluida e tudo vai sendo explicado ao longo das corridas, podendo ser jogado no mouse e teclado, mas funcionando melhor no controle.

Por fim, é interessante mencionar que o jogo é localizado para o português do Brasil, algo que nos possibilita entender melhor as dinâmicas e até mesmo a narrativa presente em Windblown. Mas olha, não é algo que mudará radicalmente a experiência…

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(Imagem: Divulgação)

O que esperar de Windblown?

Enfim… Windblown mostra um enorme potencial para se tornar um bom jogo no estilo roguelike. Com seu combate extremamente ágil, uma incrível variedade estratégica de armas e habilidades, além da proposta desafiadora, o jogo oferece uma experiência envolvente que promete cativar tanto veteranos quanto novos fãs do gênero. Eu, que não sou tão chegado no estilo, tive bons momentos durante as lutas no Vortex.

Desta forma, é possível afirmar que a Motion Twin mais uma vez demonstra seu talento para criar mundos interessantes, com combates intensos, expandindo as possibilidades do estilo que consagrou em Dead Cells. Se o suporte pós-lançamento e atualizações estiverem à altura, Windblown tem tudo para ser um ótimo jogo em sua versão final, algo que a versão em acesso antecipado já deixou muito bem encaminhado. Assim, para fãs do gênero e novatos, esta pode ser uma boa escolha para se distrair.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX, com código fornecido pela Motion Twit.

Pizza Fria

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Por Álvaro Saluan, Pizza Fria

Atualizado em 3 Out 2024.