Guia da Semana

World of Warcraft: The War Within é a mais nova expansão de um dos maiores e mais influentes MMORPGs do mercado: World of Warcraft. Acho que dava para adivinhar pelo título, não é mesmo? A expac, como chamam na gringa, promete começar um arco totalmente novo na saga de Azeroth, cheio de mistérios, tretas e maravilhas para o jogador vivenciar e já está disponível para PC. Mas e aí? Será que vale a pena encarar? É o que veremos agora, em mais uma review especial do Pizza Fria!

A volta da luz

Que ano para os apreciadores dos MMORPGs, caros leitores e leitoras deste cantinho mágico da internet. Primeiro, tivemos novas aventuras e maluquices em meu amado e adorado Final Fantasy XIV. E, agora, temos a primeira expansão da trilogia que promete dar novo fôlego a um dos títulos mais influentes e antigos do mercado, responsável por popularizar o gênero no mundo.

Eu sei, eu sei, temos alguns jogos mais antigos como Meridian59 e até o amado por vários, odiado por tantos, Tibia. E, vale a pena lembrar, o clássico Ultima Online. Contudo, ao menos em minha percepção de jogador de longa data, foi com World of Warcraft que o gênero realmente rompeu a bolha e alcançou as grandes massas.

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Voando em rumo a aventura! (Imagem: Divulgação)

É interessante ver como o título saiu de um experimento na expansão Frozen Throne, de Warcraft III, para esse gigante que vemos hoje. Apesar de alguns tropeços aqui e acolá, é inegável que WoW se mantém firme e forte durante duas décadas, e não parece que irá acabar tão cedo. Ainda mais agora que temos World of Warcraft: The War Within e sua promessa de ser o começo de uma trilogia. Mas, será que esse foi um pontapé inicial de respeito, ou o jogo troca as pernas e acaba caindo de cara no Murloc? É o que veremos agora, gente bonita.

Uma nova narrativa

A trama de World of Warcraft: The War Within começa com a boa gente de Azeroth sendo atacada por uma série de visões crípticas e, até então, completamente aleatórias. Sem saber bem como lidar, os líderes da Horda e da Aliança decidem ir até a Câmara do Coração pedir para que Magni Barbabronze se comunique com a alma do planeta para tentar entender o motivo disso.

Após alguns sustos, nossos heróis descobrem que a raiz do problema se encontra em continente chamado Khaz Algar. A partir daí, Jaina, Thrall e companhia limitada decidem teleportar a cidade mágica de Dalaran até o lugar, mas um ataque repentino de Xal’atath, cujo espírito costumava estar aprisionado na arma artefato dos sacerdotes das sombras, e seu exército de nerubianos acaba destruindo toda a cidade. Caídos em um local inóspito e desconhecido, e com a vilã no encalço, nossos heróis e heroínas precisam se recompor das perdas e seguir em frente.

A partir daí, World of Warcraft: The War Within nos coloca para trabalhar com os diversos habitantes de Khaz Algar tanto para dar um jeito na vilã do momento quanto para impedir que seu exército destrua tudo que tiver pela frente. A premissa é bem interessante, e a expansão já começa colocando um senso de urgência no jogador que se mantém durante toda a duração. Ponto esse que, em minha opinião, diminuiu o impacto de Dragonflight, por exemplo.

É bem legal ver a caracterização dos novos personagens e, principalmente, as tribulações e evoluções de velhos conhecidos. Anduin e Alleria, por exemplo, são muito bem explorados e tomados por conflitos internos que conseguem nos manter interessados e engajados com seus martírios. Um único ponto negativo, entretanto, é que senti que a expansão valoriza a Aliança um pouco demais, em detrimento dos personagens da Horda. Principalmente agora que o título caminha, me parece, em direção contrária da velha guerra de facções, um tempo maior para Thrall e turma seria bem vindo.

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Os brabos. (Imagem: Divulgação)

Jogabilidade

World of Warcraft: The War Within adicionou uma boa quantidade de novas mecânicas e ideias, tanto durante a época do pre-patch até ao lançamento. Algumas delas, inclusive, tornaram o jogo muito mais agradável para aqueles que gostam de jogar mais sozinhos, não possuem uma guilda para chamar de sua ou, até, não tem tanta paciência para as míticas e raides da vida. Essas ainda existem, entretanto, e seguem um misto de sofrimento e alegria como sempre.

Um primeiro ponto interessante é relativo aos chamados Bandos de Guerra. Essa parada permite colocar até quatro bonecos em um mesmo “grupo” que, em determinadas regrinhas, pode compartilhar coisas como reputações, títulos, conquistas e por aí vai. Eu, como um bom criador de alts, achei esse maravilhoso. Além de fortalecer na hora de uparmos nossos heróis secundários, a mecânica facilita muito a vida daqueles que gostam de farmar recompensas e outras coisinhas do tipo.

O segundo ponto, e talvez mais interessante, é a inclusão das chamadas imersões. Essa nova ideia de World of Warcraft: The War Within consiste, basicamente, em pequenas masmorras que podemos encarar ao lado de NPCs, os quais podemos customizar em certa medida e colocar nos papéis de dano, cura e defesa. Elas são curtinhas e divertidas de se fazer, além de nos recompensar com recursos e equipamentos que ajudam bastante na hora de dar aquele gás inicial para colocar os bonecos no nível de fazer os conteúdos mais cabreiros.

Isso, somado ao fato de podermos encarar masmorras de história ao lado de personagens controlados pela máquina, remonta aquilo que comentei do jogo se tornar ainda mais acessível. Por mais que alguns torçam o nariz, nem todos de nós possuem tempo para entrar em filas que podem ser longas, principalmente se formos DPS, encontrar guildas ou utilizar o LFG. Esse tipo de iniciativa demonstra que a franquia começa, cada vez mais, a conciliar sua filosofia tanto para a galera mais casual quanto para os hardcore que enfrentam as pedras míticas com afixos e dificuldades pelas dezenas.

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Meu novo melhor amigo. (Imagem: Divulgação)

Em se tratando de habilidades, uma das grandes novidades de World of Warcraft: The War Within são os talentos heróicos, adquiridos enquanto caminhamos para o novo nível máximo. Eles são bem interessantes, e servem para poder tanto potencializar as forças de algumas classes quanto reforçar alguns pontos fracos. Minha Cavaleira da Morte, por exemplo, está roubando vida de uma forma jamais vista na história desse país.

Contudo, acho que eles poderiam ter dado um pouco mais de variedade de opções, visto que basicamente temos duas árvores com cerca de 11 habilidades cada, algumas das quais possuem variações para escolher. Tendo em vista outras mudanças realizadas no passado, acredito que esse sistema tinha a chance de ser um pouco mais disruptivo e inovador. Por fim, temos uma série de outras coisinhas como novas montarias para pegar, títulos, masmorras, transmogs e, até, uma nova raça jogável baseada no povo que habita o continente onde a expansão se passa. Além disso, o sistema de voar de Dragonflight vem liberado por padrão, deixando a exploração bem mais fácil e rápida.

Tudo considerado, World of Warcraft: The War Within chegou recheado até a borda de coisas para se fazer e descobrir, ainda mais se você for do tipo que curte upar personagens ou, se for realmente peralta, tentar peitar o conteúdo endgame. Seja qual for a sua vibe, pode ter certeza que estará bem servido de conteúdo por um bom tempo.

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Druidinha embalado. (Imagem: Divulgação)

Sons e visuais

Visualmente, World of Warcraft: The War Within está um chuchu. Temos uma boa variedade de cenários e vistas que realmente saltam aos olhos do jogador, principalmente quando percebemos que Khaz Algar é composta por mais espaço do que, inicialmente, pensamos ter. Além disso, os novos modelos e personagens estão muito legais de ver, e as cutscenes ficaram ótimas.

A trilha sonora também não decepciona, tanto na hora que precisa nos deixar no embalo quando no momento que tenta nos fazer sentir os sentimentos. De fato, é uma das mais agradáveis que temos no jogo até o momento. Outro ponto positivo também, novamente, está na tradução caprichada que recebemos.

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Galerinha unida. (Fonte: Divulgação)

Vale a pena jogar World of Warcraft: The War Within?

Hora de elencar os pontos positivos e negativos, leitores e leitoras, para saber se World of Warcraft: The War Within realmente vale nosso tempo. Do lado da alegria, temos um jogo recheado de coisas para fazer, que realmente faz a experiência dar um passo considerável para frente e nos conta uma história bem divertida de acompanhar. Salvo ter aproveitado um pouco mais os personagens da Horda e ter ousado mais nos talentos heróicos, realmente não tenho do que reclamar.

World of Warcraft: The War Within é uma das melhores expansões de WoW até o momento, em minha humilde opinião, e realmente consegue evoluir a fórmula para acompanhar os novos tempos e, quem sabe, garantir mais vinte anos de sucesso para a franquia. Seja você um novato ou veterano, pode encarar essa aventura sem medo. Não irá se arrepender.

*Review elaborada em um PC equipado com uma RTX, com código fornecido pela Blizzard.

Pizza Fria

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Por Matheus Jenevain, Pizza Fria

Atualizado em 23 Set 2024.