Pixies
Fotos: Flickr Oficial SWU
A verdade é que o encerramento do festival poderia ter ficado por conta do Pixies. Uma apresentação matadora, com seleção apurada dos hits da banda ao longo de seus mais de 20 anos de carreira, eliminou qualquer vestígio de tolerância para os dois shows seguintes. A primeira passagem do grupo por São Paulo rendeu mais um momento histórico para o SWU. Ponto para eles nesta escalação. Frank Black, Kim Deal, Joey Santiago e Dave Lovering tocaram 24 músicas, a começar por Bone Machine - que é daquelas canções que qualquer um precisa ouvir ao vivo em algum momento da vida.
Com sequências como a de Tame, Broken Face, Vamos, Debaser, Wave of Mutilation, Here Comes Your Man e Monkey Gone to Heaven, a apresentação parecia nunca esfriar. Uma seguida da outra, deixava qualquer fã ansioso para identificar no primeiro riff qual seria a próxima. Depois de uma breve parada, em que os integrantes observaram a plateia visivelmente satisfeitos, voltaram para o bis com outras três faixas. Dentre elas, uma concessão aos que pediam desde o início do show: Gigantic, comandada por Kim, encerrou o show e me deixou convicta de que era hora de voltar para casa. Aquilo era insuperável.
Queens of the Stone Age
O atraso foi de quase uma hora, mas quem já esperava desde 2001 - quando o grupo fez sua primeira apresentação no Brasil, no Rock in Rio - podia ser paciente por mais alguns minutos. Eles abriram com Feel Good Hit Of Summer e, desta música em diante, fizeram um dos shows mais enérgicos do festival. Ainda que o tempo deles no palco tenha sido restringido, Lost Art of Keeping a Secret, Monsters in Parasol, Sick, Sick, Sick, Little Sister, No One Knows, Go With The Flow e In My Head estavam lá.
O setlist pesado foi refletido na plateia para os que estavam mais à frente. Mas a verdade é que ninguém parecia se importar com o aperto. Do começo ao fim, a apresentação rendeu coros uníssonos e uma movimentação quase uniforme do público que pulava. A falha técnica que impediu o grupo de subir ao palco no horário marcado não foi inteiramente resolvida e um chiado ensurdecedor era ouvido em cada brecha entre as músicas. Nada que também não fosse perdoado pela sequência impecável e a interação dos integrantes, todos fronts naquela noite.
The Mars Volta
A última banda a subir no palco antes do Rage Against The Machine não se preocupou em fazer uma apresentação dentro dos padrões para boa parte do público que a desconhecia. Em lugar de tocar as músicas mais convencionais, se é que alguma obra de Omar Rodriguez-López e Cedric Bixler Zavala se enquadra no título, o Mars Volta optou por um show de psicodelia em cinco faixas.
Durante uma hora e meia, tocaram Cotopaxi, do mais recente álbum Octahedron, Goliath, do The Bedlam in Goliath (de 2008), três faixas do De-Loused in the Comatorion (de 2003), além de uma jam para Broken English, da Marianne Faithfull. Mesmo os que chegaram com um setlist elaborado em mente não saíram desapontados dessa experiência. As danças de Cedric no palco, ainda que mais amenas que as feitas no At The Drive In, e a potência da sua voz, acompanhadas por uma presença de palco ensandecida por toda a banda, me fizeram abrir mão dos hits. No final, já nem lembrava das minhas expectativas iniciais para o show.
Leia a coluna anterior de Ana Caselatto:
Sombras nos holofotes
Quem é a colunista: Ana Caselatto.
O que faz: jornalista, fotógrafae aspirante a turista profissional.
Pecadogastronômico: sorvete.
Melhor lugar domundo: o da próxima viagem.
O que estáouvindo no iPod, mp3, radio: de Mars Volta a Rolling Stones
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Atualizado em 6 Set 2011.