Sua tela mais famosa nunca saiu do lugar onde está - nem mesmo para ser restaurada

A peça mais conhecida do seu acervo - a icônica “Independência ou Morte”, de Pedro Américo - foi uma das primeiras a serem restauradas. Foi necessário realizar esse processo simultaneamente às obras no Salão Nobre, onde o quadro permaneceu por conta do seu tamanho. Afinal, são mais de sete metros de largura e quatro de altura. A tela é maior do que as portas e janelas do espaço, e foi montada originalmente no local onde está até hoje, sem nunca ter sido retirada. Diante de tudo isso, a equipe do Museu também precisou protegê-la dos resíduos do restauro da sala usando um tecido especial, que impede a entrada de pó e ainda permite que o quadro respire.

Não é só o Museu que é centenário: seu acervo também é

No total, o seu acervo chega a 450 mil itens e documentos. Parte dos quadros expostos foi encomendada e produzida cerca de 100 anos atrás, para as celebrações do primeiro centenário da Independência - mas alguns são ainda mais antigos, como o próprio “Independência ou Morte”, concluído em 1888.

Com o novo espaço, o Museu vai dobrar de tamanho

A expansão abriga a nova entrada integrada ao Jardim Francês, além de bilheteria, café, loja, auditório para 200 pessoas, espaços e salas para atendimento educativo e uma grande sala de exposições temporárias.

As obras contemplaram o jardim, incluindo duas fontes que foram destruídas na década de 1970

O Jardim Francês, localizado em frente ao Museu do Ipiranga, também foi restaurado. Entre as mudanças, está a reforma do espaço da antiga administração para instalação de um restaurante, assim como a reativação da fonte central e a recuperação de duas fontes presentes no projeto original do jardim, que foram destruídas na década de 1970.

Já imaginou como é restaurar mais de 400 portas e janelas? E mais de mil ladrilhos? Essa é apenas uma pequena parte

Os elementos de marcenaria foram catalogados, retirados e restaurados em oficinas no canteiro de obras e recolocados no mesmo lugar anterior, bem como os 1900 m² de assoalho que revestem o piso. Cerca de 1300 ladrilhos foram restaurados, enquanto aproximadamente 700 foram reproduzidos e substituídos. Para pintar as fachadas, foi utilizada uma tinta mineral desenvolvida especialmente para o Museu, enquanto 3500 obras do acervo passaram por restauro.

Mais acessibilidade? Teremos!

Além da acessibilidade física do edifício, que foi equipado com elevadores e rampas de acesso, as exposições também foram pensadas para oferecer condições mais amplas de exploração do acervo por parte de todos os públicos. Para isso, 379 peças terão tratamento multissensorial com telas táteis, dispositivos olfativos, reproduções 3D, cadernos em Braile, objetos originais adquiridos especificamente para o manuseio dos visitantes e muito mais.

Saiba como visitar o novo Museu do Ipiranga:

O Museu do Ipiranga será aberto para o público em geral no dia 8 de setembro, mediante agendamento, que será disponibilizado a partir de 5 de setembro, pelo site www.museudoipiranga.org.br ou pela plataforma Sympla. Até o dia 6 de novembro, os ingressos serão gratuitos. No dia seguinte, os valores serão equivalentes àqueles praticados por museus públicos, com um dia de entrada franca na semana.

O Museu do Ipiranga funcionará de terça a domingo, e no mês de setembro, seguirá em esquema de soft opening - de 8 a 11 de setembro, das 11h às 16h; a partir do dia 13 de setembro, das 11h às 17h. Vale ressaltar que haverá bicicletário e estacionamento para público PCD.