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Ao leite, branco, amargo, com amêndoas, castanhas ou acompanhando as mais variadas receitas. Não importa a forma como é consumido, o chocolate é uma das maiores tentações da humanidade. Mas é, também, um alimento cercado por polêmicas. Entre os que acreditam que ele é apenas um poço de gorduras desnecessárias ao organismo e quem afirme veementemente que chega a fazer bem até para o coração, as contradições são muitas.
Obtido a partir do cacau, o chocolate é originário da América do Sul. A civilização Olmeca teria sido a primeira a aproveitar o fruto do cacaueiro, em torno de 1500. Depois, Maias e Astecas difundiram a cultura, utilizando-o para fazer uma bebida chamada Xocolatl - lendas desses povos diziam que o cacau teria surgido no paraíso, e quem o bebesse adquiriria poder e magia (era chamado de Theobroma cacau, que significa alimento dos deuses). Na mesma época, as sementes do cacau eram tão valorizadas, que se tornaram moeda corrente.
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As sementes do cacau chegaram a ser usadas como moeda corrente
Crenças e pesquisas
O imperador asteca Montezuma II, que governou o México de 1502 a 1520, consumia chocolate sempre antes de adentrar seu harém, o que espalhou boatos de que era afrodisíaco. Na França, em meados do século XVIII, os efeitos estimulantes do chocolate eram considerados úteis para os soldados que ficavam de vigia à noite.
Hoje, pesquisas que visam comprovar os benefícios do chocolate surgem aos montes.Um estudo realizado em Amsterdã, na Holanda, concluiu que ele ajuda a manter a saúde do coração. Substâncias encontradas no cacau, chamados flavonóides (encontrados também em frutas), combatem a oxidação da circulação sanguínea, melhorando a saúde das artérias. Um chocolate de boa qualidade apresenta capacidade anti-oxidante até três vezes maior do que o alho ou o morango, por exemplo, de acordo com a análise.
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Reforçando ainda mais a condição do chocolate como amigo do coração, um estudo da Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, mostrou que o consumo rotineiro reduz consideravelmente os níveis da pressão arterial. Parte dos 44 pacientes selecionados, na faixa etária dos 56 aos 73 anos - pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema -, consumiu 6,3 gramas (ou 30 calorias) por dia do chocolate amargo, durante 18 semanas. O principal resultado foi a queda de 86% para 68% de predominância da hipertensão - problema enfrentado por cerca de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, pesquisadores descobriram que o chocolate pode servir para combater, também, o câncer de intestino. Isso porque moléculas presentes no cacau, as procianidinas, têm propriedades antioxidantes que serviriam para proteger as células degeneradas, desacelerando em até 50% o crescimento do tumor. Por fim, a principal polêmica: muitas pesquisas, feitas nos quatro cantos do mundo, já provaram e comprovaram que o chocolate NÃO é responsável pelo aparecimento ou a piora de casos de acnes e espinhas.
O prazer
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Não é apenas na saúde física que os efeitos do chocolate são testados a todo momento. A influência psicológica do produto já está mais do que atestada, em especial entre as mulheres. Estamos falando exatamente do prazer proporcionado por essa - como ainda é considerada por muitos - iguaria dos deuses.
Os britânicos testaram os batimentos cardíacos e atividade cerebral de seis casais com cerca de 20 anos, enquanto deixavam um pedaço de chocolate derreter na boca e, depois, enquanto se beijavam. Alguns participantes apresentaram mais do que o dobro de batimentos cardíacos quando provaram o produto. Embora o beijo tenha acelerado o coração dos apaixonados, o efeito durou menos tempo do que o proporcionado pelo chocolate.
Os tipos
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Mas pode ir com calma no ataque descontrolado à guloseima, principalmente porque é do chocolate amargo que pesquisas como essa falam. Então, não adianta correr para saborear qualquer um. Confira a diferença entre os principais tipos:
Amargo - Feito a partir de sementes de cacau, manteiga de cacau, pouco açúcar e nada de leite. Uma barra de 30 gramas tem cerca de 150 calorias.
Meio amargo - Semelhante ao amargo, mas apresenta um pouco mais de açúcar.
Ao Leite - Licor e manteiga de cacau, açúcar, leite, leite em pó ou leite condensado são alguns dos ingredientes usados. Uma barra de 30 gramas fornece aproximadamente 159 calorias.
Branco - Mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina. São cerca de 164 calorias em 30 gramas.
Produção
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Atualmente, três quartos da produção de cacau do mundo são cultivados no oeste da África (principalmente em Costa do Marfim, Gana, Camarões a Nigéria). No Brasil, a produção mais volumosa está na Bahia. A cultura do cacau é considerada artesanal, pois precisa de mão-de-obra em todas as etapas - do plantio à colheita. Nesse estágio, depois de separadas, as amêndoas entram na fase de fermentação, secagem e torrefação em baixa temperatura - onde é determinado o sabor do chocolate.
O cacaueiro se dá melhor em altitudes entre 400 a 700 metros do nível do mar. É uma árvore frágil, delicada, sensível a extremos climáticos, e chega a atingir entre 5 e 10 metros de altura. Os primeiros frutos podem ser colhidos cerca de cinco anos após o plantio. A árvore se torna adulta aos 10 anos, e pode produzir até os 50 anos de idade. O tamanho da fruta madura varia entre 15 a 30 centímetros de comprimento por 8 a 13 de largura, em formato oval.
Atualizado em 7 Ago 2012.