![](http://www.guiadasemana.com.br/photos/event/r-sp-montagemcafe_r.jpg)
A meta é ousada. Estima-se que, até 2015, metade do café consumido no mundo seja de origem sustentável. Quem faz a previsão é a Associação 4C, formada por grandes empresas investidoras do setor, entre elas Melitta e Nestlé.
Apesar do longo caminho até o número citado, diante da gôndola, o cliente já encontra, ainda sem saber bem do que se trata, opções da tal bebida. Basicamente, como explica Celina Almeida, consultora do Totum, instituto que gerencia selos e programas de regulamentação de sustentabilidade, a produção é baseada em três pilares: ambiental, econômico e social. Ou seja, trata-se de "um produto comprometido com o futuro das novas gerações, atendendo às necessidades do presente" ( *).
![](http://www.guiadasemana.com.br/photos/event/r-sp-selosustentavel_r.jpg)
A garantia de uma origem sustentável de um café tem início lá no plantio. O fruto é cultivado em fazendas onde os empregados trabalham em regime de CLT e sem utilização de mão-de-obra infantil. Esse é o compromisso com o social. Mais adiante, ações como combate a pragas com pesticidas autorizados e preservação de nascentes (responsabilidade com o meio ambiente); e acesso a informações de mercado, uso de boas práticas e rastreabilidade da produção (econômico), completam o tripé da responsabilidade. Quando atendem a todas as exigências, recebem o selo que comprova a sustentabilidade.
O que eu ganho?
Parece pouco provável que o pacotinho de café da despensa tenha sido produzido sob exploração de menores ou até mesmo trabalho escravo. Mas, como alerta Fernando Lopez, diretor do Totum, recentemente uma marca de tênis que produzia seus calçados na China foi descoberta por utilizar crianças na confecção dos calçados. Assim, se em vestuário é possível, com o café, onde a produção é dada em regiões longínquas, é ainda mais provável que aconteça.
Diante da situação, ao optar por um produto carimbado como sustentável, o consumidor leva para casa sabor igual ou até melhor que um produto tradicional e ainda a certeza de estar engajado na luta por uma sociedade melhor hoje e amanhã.
Lopes resume que "o consumidor quer ter a certeza de que o seu consumo alavanca boas práticas na cadeia e não prejudica condições econômicas, sociais e ambientais".
Vale o que custa?
Sim, mas depende do ponto de vista e consciência de cada consumidor. O diretor da Totum explica que o mercado sustentável será sempre de nicho. Coando a informação: um produto para um determinado (e menor em quantidade) tipo de público.
O médio optará sempre por preço. Contudo, otimiza Lopes, aos poucos, a tendência é que o brasileiro descubra o café sustentável. "É uma questão de cultura", adoça ele.
(*) - declaração dada pela Comissão Brundtland, da ONU, em 1987 - Reproduzida pelo Centro de Inteligência do Café em seu site.
Atualizado em 7 Ago 2012.