São Paulo, a cidade de inúmeros talentos criativos, começou a ganhar o colorido da street art nos anos 80. Atualmente, dezenas de artistas, muitos internacionalmente reconhecidos, atraem visitantes à procura de suas obras. Assim, diversos muros da cidade tornaram-se telas em branco para criações artísticas.
Da janela do carro, passando pelas Avenidas Paulista e 23 de Maio, o trajeto ganha alegria com extensos murais d'OSGEMEOS, Eduardo Kobra e tantos outros. Os grafites da Avenida Cruzeiro do Sul, inclusive, ganharam nome: Museu Aberto de Arte Urbana.
Para te ajudar a explorar o melhor da arte urbana, o Guia da Semana reuniu 10 lugares em São Paulo para ver arte ao ar livre. Confira:
Avenida Paulista
A Avenida Paulista, cartão-postal da cidade, não poderia ficar de fora desta lista. Entre os vários murais incríveis que cobrem as laterais dos prédios e arranha-céus a seu redor, podemos destacar duas criações de Eduardo Kobra, um dos artistas brasileiros mais famosos neste segmento: o retrato de Oscar Niemeyer, na altura do número 1.974 da Rua Treze de Maio, e o de Ayrton Senna, localizado no cruzamento da Paulista com a Consolação.
Minhocão
O Elevado Presidente João Goulart, o famoso Minhocão, virou um dos melhores lugares para observar a arte de rua pela cidade de São Paulo. O local pode ser conhecido a pé, de carro ou de bicicleta, já que uma ciclovia percorre todo o trajeto. Seus prédios e as pilastras do próprio viaduto se tornaram telas para os artistas. Ao longo de seus 3,5 quilômetros de extensão, abriga obras de grafiteiros como o argentino Tec e os brasileiros Nina Pandolfo e Kobra. O Minhocão abre para lazer de segunda a sexta, das 20h às 22h, e aos finais de semana e feriados, das 7h às 22h.
Túnel da Paulista (Avenidas Paulista, Dr. Arnaldo e Rebouças)
Um dos points do grafite mais conhecidos em São Paulo, o túnel da Paulista que leva às Avenidas Rebouças e Dr. Arnaldo é coberto por painéis coletivos, num mosaico que nos coloca o desafio de identificar as diferentes formas de expressão do grafite. Nesse espaço são promovidas até mesmo edições especiais com desenhos temáticos. Seguindo pela via de acesso para a Av. Dr. Arnaldo, nos deparamos com o mural azul, de Rui Amaral, e seus característicos robôs e monstrengos amarelos.
Avenida 23 de Maio
Uma das avenidas com tráfego mais intenso da cidade de São Paulo, a 23 de Maio, também conhecida como Corredor Norte-Sul, ficou mais bonita depois te ter sido grafitada por diversos artistas como OSGEMEOS e Eduardo Kobra. Alguns murais foram apagados por conta do muro verde instaurado pelo ex-prefeito João Dória, mas ainda é possível apreciar arte ao ar livre por ali.
Centro
Na região central da cidade é possível encontrar muitas intervenções urbanas misturadas com a arquitetura histórica. São comuns os gigantescos murais, como o estêncil de 33 metros do artista Daniel Melim (Avenida Prestes Maia), que reproduziu um desenho com influência da Pop Art. Perto dali, no número 822 da Avenida Tiradentes, há dois murais de Eduardo Kobra onde são reproduzidas imagens da própria avenida nos anos 1950. Já na Praça da República, é possível apreciar a beleza dos coloridos dos artistas Binho, Chivitz e Minhau.
Liberdade
No bairro da Liberdade, grafiteiros desenvolvem traços finos em figuras mais delicadas, que se assemelham aos mangás japoneses. Os desenhos no bairro da colônia oriental em São Paulo não poderiam ser mais apropriados, numa demonstração de que o grafite paulistano reflete elementos da cultura local. Os painéis são um pouco menores, porém muito elaborados. Inclua no percurso a Rua Galvão Bueno e a Rua da Glória - bem ali nas ruelas que se cruzam existem pinturas de Titi Freak e Whip. Pelo bairro, ainda é possível conferir intervenções de Nina Pandolfo, OSGEMEOS e Nunca.
Cambuci
No bairro do Cambuci, berço de talentos da arte urbana em São Paulo, a rua tornou-se inspiração para esse gênero de ocupação artística. OSGEMEOS cresceram por lá e deixaram sua marca com a emblemática pintura do gigante amarelo. Outros artistas que se destacam na nova geração do grafite assinam também obras na região, principalmente pinturas murais. Um bom lugar para começar a visita é o muro da esquina da Rua Lavapés com a Justo Azambuja. O local ainda tem trabalhos de Nina Pandolfo, que recorre a temas infantis e femininos, e de Nunca, artista que em 2008 ocupou a fachada do Tate Modern, um dos principais museus londrinos.
Pinheiros (Beco do Aprendiz) e Vila Madalena (Beco do Batman)
Em meio à boemia dos bairros Pinheiros e Vila Madalena, muros e fachadas ganham o colorido do grafite. São muitos os pontos ocupados. Descendo pela Rua Cardeal Arcoverde, há travessas em que o grafite está gravado nos viadutos, escadarias e muros. É também por ali que está o Beco do Batman, nas ruas Gonçalo Afonso e Medeiros Albuquerque. Considerado um dos pontos de grafite mais famosos de São Paulo, o beco é totalmente coberto por trabalhos de artistas nacionais e estrangeiros e pode ser considerado uma galeria ao ar livre, com mais de 50 painéis. No número 113 da Rua Belmiro Braga, em Pinheiros, há o menos concorrido Beco do Aprendiz, um lugar antes degradado, mas que se transformou em uma das maiores concentrações de arte urbana da cidade e em uma grande galeria a céu aberto.
Avenida Cruzeiro do Sul
Cerca de 30 colunas que sustentam o metrô na Avenida Cruzeiro do Sul receberam um colorido especial de mais de 50 artistas, transformando a região de Santana em uma grande galeria ao ar livre. O Museu Aberto de Arte Urbana, iniciativa pioneira no mundo, ainda contempla ações educativas com a população local.
Praça Paulo Kobayashi
A Praça Paulo Kobayashi, anexa ao Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo, ganhou belos grafites, como o painel principal com o tema relacionado ao meio ambiente, nomeado de Floresta Urbana. Com 10 metros de altura, a obra teve como curador o artista Binho Ribeiro e contou com a colaboração de mais sete artistas: Nem, Nick, Does, Evol, Snek, Feik e Sr. Max. Além disso, outros grafites completam o espaço de 1.500 metros quadrados de arte. No total, mais de 30 artistas contribuíram, entre eles os já conhecidos Zezão, Chivitz, Minhau, Presto e o belga Bue.
Atualizado em 23 Set 2022.