Naquela ocasião, Caroline estava entre os 40 visitantes que pintaram as paredes do evento na data de estréia. Na denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo, a jovem foi acusada por destruir as dependências do prédio que é considerado patrimônio cultural do Estado.
Em igual desobediência, o taxista Rafael Vieira Camargo Martins, 27, cometeu o mesmo delito.
Em todas as edições da Bienal, o público aguarda qual vai ser a polêmica da vez. Este ano, os holofotes se voltaram para o artista recifense Gil Vicente, que desenhou a si próprio assassinando figuras públicas do gabarito de Fernando Henrique Cardoso, do Papa Bento XVI, e até mesmo o atual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva.
Sobrou até para a Rainha da Inglaterra! Questionado sobre como foi "atirar" em figurões como Lula, Gil responde: "É fruto da minha indignação. São todos ladrões sujos".
O artista plástico paulistano Nuno Ramos também despejou sua dose de confusão para contribuir com as polêmicas que movimentam o evento e grudam os olhares do público nas diferentes formas de se expressar por meio da arte e trouxe um casal de urubus para representar a política brasileira, na instalação Bandeira Branca.
Com a discussão sobre o encarceramento dos animais, mesmo com toda a documentação em dia, eles foram retirados do local alguns dias depois do início da exposição.
Mesmo assim, deu tempo de alguns pichadores invadirem o lugar, cortarem a rede de proteção e escreverem "Liberte os urubu" (sic).
Além disso, logo que estreou, o evento precisou cobrir o mural que trazia imagens de Dilma e Serra, por causa da censura. A obra era do argentino Roberto Jacoby, numa instalação intitulada "El Alma Nunca Piensa Sin Imagen".
Tatiana Blass, também artista plástica, contribuiu com sua intervenção e deu um banho de parafina num piano de calda durante um concerto de música clássica na abertura do evento somente para convidados. A proposta relatou um duelo entre a música e o silêncio, entre a arte e a violência e os vestígios de todas essas performance permanecem na Bienal até o fim da mostra, em 12 de dezembro.
Atualizado em 6 Set 2011.