Astor: Blade of the Monolith é um jogo de aventura, com algumas pitadinhas de RPG e combate hack and slash, desenvolvido pela C2 Game Studio e publicado em conjunto pela Versus Evil e tinyBuild. Nele, controlamos o silencioso e carismático Astor, um carinha que acaba de descobrir ser o escolhido de uma profecia maluca, que o obriga a sair em uma jornada em busca da verdade sobre os criadores de seu povo e quais conhecimentos eles podem ter deixado para trás.
E aí, curiosos para saber qual é a dessa parada? Pois venham comigo para descobrirmos juntos, em mais uma análise totalmente demais do Pizza Fria.
Mascarado demais
Ora ora, leitores e leitoras, se não me tornei um clone das sombras totalmente abusado. O completo louchomem, eu diria. O motivo? Será que misturei um certo refrigerante com uma certa bala, gerando uma grande explosão açucarada? Será que comi manga e bebi leite? Ou será que tentei aprender a jogar jogos de futebolas, pela milésima vez em minha vida?
Não, senhores e senhoras. O que fiz foi sair de minha zona de conforto e analisar jogos de um estilo que curto, mas nem sempre dou a devida atenção: os de aventura. Desde Stray Blade, ao menos pelo que me serve a memória, não passo meu tempo explorando mapas abertos, resolvendo puzzles, abrindo baús e salvando o mundo de luas gigantes que ameaçam cair em pacatas cidadezinhas. Mas isso muda agora!
Astor: Blade of the Monolith, nossa estrela de hoje, apareceu do aether para preencher esse vazio em minha vida. Com a proposta de ser uma aventura de calibre, o jogo me cativou ao apresentar um mundo bem colorido para explorar, como podem ver no trailer acima, além de um sistema de combate bem divertidinho. Mas, será que a promessa se realiza, ou fica apenas no mundo mágico da minha esperança? É o que vamos ver agora.
História
Astor: Blade of the Monolith conta os causos da vida de Astor, um jovem membro da tribo dos Diodek. O povo de nosso chegado não surgiu de maneira natural, sendo criado por uma raça antiga e perdida conhecida como “os anciões”. Contudo, uma profecia dizia que um herói, um dia, surgiria para desvendar o mistério desse povo e trazer a alegria para todos os constructos sencientes do mundo. E adivinha quem seria esse sortudo?
Ninguém mais, ninguém menos, que Astor, é claro. Após receber um poder enquanto explorava uma certa ruína, nosso camarada recebe a missão de sair explorando seu mundo, chamado Gliese, para encontrar pistas sobre seus criadores e sobre quais conhecimentos e tesouros eles poderiam ter deixado para trás. Tudo isso enquanto para para resolver tretas dos outros e enfrenta o perigo apresentado por uma clã de monstros chamado Hiltsik.
Astor: Blade of the Monolith tem uma trama bem adequada, com personagens divertidos e um certo charme. Não é nada que vá quebrar barreiras ou corações, mas desempenha bem seu papel de nos deixar interessados e motivar a busca da resolução de seus conflitos e mistérios. Principalmente, no meu caso, ao aguçar nossa curiosidade acerca dos anciões. Pontos extras pela tradução, que está muito bem feitinha e natural.
Jogabilidade
A jogabilidade de Astor: Blade of the Monolith cai bem dentro do que esperamos em um jogo do estilo, o que pode ser algo bom ou ruim a depender da forma como enxergamos a questão. De uma maneira bem abstrata, nossa experiência se resume em explorar os diversos mapas (ao céu aberto, cavernas, templos e por aí vai) enquanto resolvemos alguns puzzles, ativamos mecanismos e lutamos contra inimigos.
Astor consegue, ao longo de sua jornada, uma série de habilidades que o auxiliam tanto na hora de se locomover pelo cenário quanto para quebrar cabeças por aí. Um bom exemplo disso, e que vemos logo no começo, é a de entrar na visão do “mundo espiritual”. Em se tratando de exploração, ela nos permite atravessar certos obstáculos ou reconstruir plataformas. No combate, ela diminui nossa vida máxima em troca de uma moral no dano dos ataques.
Ainda que essa mecânica seja maneira, assim como outras que vamos liberando aos poucos, ela não é tão bem explorada. Por exemplo, ela deixa de ser utilizada de maneira criativa em vários pontos, sendo relegada apenas à abrir passagens ou subir em algum lugar. Outros usos criativos são menos frequentes, o que me decepcionou dado o potencial da coisa. Esse, infelizmente, foi um sentimento mais comum do que eu gostaria.
Um ponto que achei interessante é o acesso à diversos tipos de constructos, sejam eles utilizados na locomoção ou para o combate. Fiquei realmente contente ao conseguir minha primeira montaria, após uma missão principal da história. O mapa é bem grande, e andar a pé estava se tornando algo extremamente trabalhoso. Falando em mapas, o jogo não fornece um com marcadores nem indicadores de nada, sendo apenas uma imagem estática. Se tem, não encontrei, e acredito que isso seja algo bem sacana com o jogador. Como explorar e buscar, se nem sei para onde estou indo direito?
Já no lado da ação, Astor: Blade of the Monolith se sai melhor. Nosso protagonista, ao longo do jogo, ganha acesso à uma quantidade interessante de armamentos e outros implementos para descer o braço na oposição. Cada arma tem seu propósito bem definido, favorecendo diferentes estilos de jogo e recompensando o jogador que se especializa. Além disso, muitas delas são usadas na exploração.
Temos ataques fortes, fracos, de longo alcance, esquivas e defesas, além de especiais que podemos comprar através de orbes vermelhas que caem dos inimigos e umas piramidezinhas que achamos pelos mapas ou ganhamos como recompensa de missões. Eu realmente curti esse aspecto, ainda que a ação tendesse a cair na mesmice ocasionalmente.
E suma, a jogabilidade de Astor: Blade of the Monolith tem uma boa variedade, nos dando um mundo relativamente grande (dividido em zonas) para explorar e boas ferramentas para deitar os inimigos no sopapo. Contudo, a sensação de que poderia ter sido mais não me deixou, o que é uma pena. Mas, de toda forma, tudo funciona de maneira adequada.
Sons e Visuais
Astor: Blade of the Monolith tem visuais bem legais, com personagens fofos e cenários bem construídos. Aqueles que se passam em campo aberto, principalmente, crescem aos olhos com suas cores vivas e vibrantes. Contudo, texturas mais grossas são notáveis, e também senti falta de uma maior variedade nos inimigos e modelos.
A trilha sonora é boa, pontuando bem os diversos momentos e emoções envolvidas com eles. Alguns momentos de silêncio, não sei se por bugs ou escolha, deixaram a peteca cair, mas acredito ser mais algo pessoal e não conto contra a experiência.
Vale a pena comprar Astor: Blade of the Monolith?
Astor: Blade of the Monolith, meu povo. Vale a pena? Bom, vamos pegar pela memória e tentar resolver esse mistério. A proposta do título é ser uma grande aventura, com descobertas e um combate rápido e responsivo. Será que conseguiram isso ? Bom, diria que em partes sim, em partes não. Mas chega de balela, e vamos ao que interessa.
Eu achei a exploração do título bem legal e relaxante em alguns momentos, somado com um mundo vibrante em sua maioria e um combate satisfatório, com uma boa quantidade de habilidades. Contudo, a experiência toda gira em torno daquela sensação de perfeitamente aceitável, poucas vezes saindo da média. Além disso, a falta de um mapa mais funcional me deixou frustrado em diversos momentos, principalmente em missões secundárias que envolviam ficar caçando coisas.
Por fim, eu diria que Astor: Blade of the Monolith seria uma boa porta de entrada para o gênero, entregando tudo que se espera em um título desse estilo. Contudo, muito do que poderia ser inovador e forte não é explorado, e algumas decisões de design não me deixaram muito contente. Contudo, consegui me divertir e acredito que virá a agradar aos fãs dos action adventures, também.
Astor: Blade of the Monolith chega nesta quinta-feira, 30 de maio, para PC, via Steam, Epic Games Store e GOG.com, Nintendo Switch, PlayStation e Xbox.
*Review elaborada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Versus Evil.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 28 Mai 2024.