Guia da Semana

Atomic Heart, game da Mundfish e da Focus Home, é um dos jogos mais aguardados desse primeiro semestre de 2023… bem, pelo menos pra mim. O título, que será lançado para Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5PC, via Steam, traz um mundo utópico onde os robôs irão substituir a mão de obra humana em uma União Soviética bem diferente do pós Segunda Guerra Mundial. Contudo, as máquinas se rebelam e a futurista USSR entra em colapso, contando com uma trama bem diferenciada, onde acompanhamos o RPG de ação em primeira pessoa como o Major P-3 e sua luva (sim, uma luva!), CHAR-les.

Porém, será que o jogo faz jus ao hype, que foi alimentado recentemente com um trailer em live action protagonizado pelo ator Jensen Ackles, ou será mais uma daquelas “bombas atômicas” do mundo dos games? Senta aí então, que essa review antecipada vai te falar sobre isso e muito mais!

Um mundo diferente

Uma coisa eu já posso falar logo de cara (mas sem dar spoilers, claro) sobre a narrativa de Atomic Heart. Ela é bem interessante e traz um mundo bem diferente do que vivemos. Ali, estamos em uma Rússia potente, onde o sucesso no pós-guerra, especificamente no ano de 1955, se deu através de altas tecnologias, que permitiram criar uma série de aprimoramentos para a sociedade.

O jogo enfatiza a ideia dos robôs trabalharem lealmente para os humanos, mostrando um mundo tão perfeito e harmonioso, que logo no início não achamos que tudo vai dar errado. Pois é… e dá! Os robôs são modificados para começarem a atacar os humanos e tudo, mas simplesmente tudo, acaba dando errado na vida de P-3.

atomic heart
Imagem: Divulgação

Todas as tarefas executadas pelo nosso protagonista parecem não dar certo. Como ele mesmo diz “não é possível eu apenas sair por uma porta e pronto!?”. Pois é, para nós, que estamos controlando ele, a coisa também vai na base da penúria. Nada é tão simples de se resolver, ainda mais com um monte de robôs e outras criaturas (pois é, temos algo parecido com zumbis na brincadeira). Contudo, neste aspecto, os puzzles trazem um certo desafio. Desafio que não é pior do que andar praticamente sozinho por um lugar repleto de ameaças e cadáveres.

Desta forma, a ideia de Atomic Heart é a de nos colocar em meio a uma trama governamental, em que temos o objetivo de tentar resolver toda a lambança feita e desvendar o que está se passando. Ou seja, basicamente somos um exército de um homem só contra uma série de problemas… Mas, felizmente, contamos com nossa querida luva CHAR-les, que além de ser um sidekicker ao longo da narrativa, confere poderes ao Major. Além disso, somos brindados com 12 armas, que podem ser aprimoradas em estações específicas (e safadinhas!). Assim, a vida em Atomic Heart fica um pouco mais “fácil”…

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Imagem: Divulgação

Sobrevivendo ao inferno

Atomic Heart permite com que escolhamos até 3 dificuldades. Jogando no nível médio, senti que o jogo não é facinho, e temos que ir entendendo a coisa e pegando o jeito da esquiva, do uso das armas contra diferentes inimigos, etc. Ou seja, não é só sentar e jogar adoidado. Com o tempo, vamos percebendo que armas elétricas funcionam melhor contra robôs do que contra as mutações, e por aí vai. Além disso, temos a oportunidade de atualizar nosso personagem através de uma árvore com habilidades passivas e ativas, que mudam bastante a jogabilidade, permitindo corridas mais longas ou que você levite os inimigos.

Outro ponto que pode ser aprimorado são as armas, que também são ajeitadas na mesma estação, espalhada pelo jogo (geralmente com pontos de salvamento manual próximos). Assim, podemos colocar apetrechos em cada uma delas, além de poder melhorar outras características. Neste ponto de customização, Atomic Heart é bem interessante e proporciona um leque de estilos para os jogadores. E todas essas atualizações podem ser feitas coletando itens e blueprints de armas, tal como um catador de muamba que constrói coisas engenhosas.

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Imagem: Divulgação

Nem tudo é perfeito…

Atomic Heart se mostrou um jogo bem bacana, com boa história, protagonista divertido e diversas possibilidades de customização. No entanto, ao longo do jogo, sofri com alguns bugs e glitches que me deixaram um tanto frustrado. Em alguns momentos, meu personagem travava na parede, sendo encurralado e espancado por diversos robôs ensandecidos. Em um momento específico, meu personagem simplesmente ENTROU NA PAREDE! Com isso, fiquei preso e sem conseguir bater nos inimigos, mas apanhando demais. Ou seja, essas coisas acabam dando um pouco de dor de cabeça e desanimando aos mais exigentes.

Outra coisa que eu percebi constantemente em Atomic Heart foi a falta de inteligência dos inimigos, que parecem não pensar muito bem no que vão fazer. Em vários momentos dei gargalhadas com eles agarrando em lugares aleatórios, sem conseguir me atingir ou causar qualquer problema. No entanto, em outros momentos, parece que a revolução das máquinas entra em um nível extremo e dezenas de robôs surgem descendo a ripa no nosso protagonista. Por fim, percebi também alguns poucos glitches gráficos, que certamente serão corrigidos em breve. Bem… pelo menos é o que eu espero!

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Imagem: Divulgação

Por fim, vale mencionar que Atomic Heart teve algumas quedas bruscas de quadros por segundo no PlayStation 5, algo que ficou notável em cenas com chamas ou muitas partículas. O jogo, que roda a maior parte do tempo em 4K e 60fps, parece ainda penar com a questão de desempenho em alguns momentos. Em uma ocasião, o game chegou a congelar a tela por duas vezes consecutivas, atrapalhando o andamento da jogatina.

Vale a pena comprar Atomic Heart?

Atomic Heart traz gráficos maravilhosos, bem dignos da nova geração. Particularmente, achei os mapas e os detalhes do jogo, como inimigos e outros personagens muito bem feitos (vovó Zina, eu te amo!). Outro ponto positivo é a questão sonora do game, que traz uma trilha maravilhosa e que casa perfeitamente com os momentos de ação, trazendo de óperas a rocks mais pesados. Há também no game uma ótima dublagem (eu joguei inicialmente em inglês, mas felizmente o título também é dublado para nossa língua), sendo este um diferencial extremamente positivo do game.

Contudo, o problema maior que encontrei em Atomic Heart foram justamente alguns bugs, que atrapalharam um pouco a andar com a história adiante. Nos casos em que travei na parede, tive que retornar a pontos de salvamento meio remotos, e isso acaba saturando um pouco o jogador. Há também a questão do desempenho, que ocorre ocasionalmente. Porém, mesmo com esses problemas, que podem ser resolvidos adiante, Atomic Heart pode ser uma boa pedida para os fãs de jogos de RPG em primeira pessoa. Aliás, se eu fosse compara-lo a algum jogo, ele parece um pouco com Bioshock. Não sei se são os robôs e as armas, mas me deu essa vaga lembrança, enfim…

Mesmo com probleminhas, ainda acho que vale a pena dar uma chance ao P-3 e sua luva falante. Contudo, se eu pudesse definir Atomic Heart, eu diria que ele não acrescenta nada de inovador ao cenário, mas tem o que é mais importante para nós, jogadores e jogadoras: pode proporcionar, durante suas 25 horas de campanha, bons momentos de diversão.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela Focus Home.

Pizza Fria

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Por Álvaro Saluan, Pizza Fria

Atualizado em 18 Fev 2023.