Guia da Semana

Endless Dungeon, jogo de ação tática rogue-lite da SEGA e a Amplitude Studios, finalmente foi lançado para PC, via Steam e Epic Games Store, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch. E, após jogarmos algumas de suas previews, chegou a hora de dar o veredito da versão final. Em Endless Dungeon, jogo focado em multiplayer (mas que também pode ser jogado sozinho), fazemos parte de um grupo de heróis improváveis, que deverão adentrar calabouços sem fim (como o próprio título já sugere) em uma estação espacial abandonada há muito tempo, que suga naves de todos os cantos da galáxia.

A ideia central do game, um roguelike ousado, é a de defender um cristal importante, que abre portas e gera recursos, além de sobreviver a uma diversidade de monstros e robôs. Nesta análise, traremos todas as impressões deste divertido rogue-lite. Confira!

Rogue-lite sem fim

Endless Dungeon tem uma história simples, mas que faz todo o sentido para o gênero. Estamos presos em uma estação espacial abandonada e isolada, que suga tudo o que está perto para ela. E, para conseguir sair dali, temos que chegar ao Núcleo, contudo, isso só é possível com seu Robô do Cristal. Desta forma, não podemos deixar o Cristal ser destruído, sendo esse o objetivo do jogo. Ah, e claro, precisamos sobreviver também, o que não é uma tarefa simples. Mas, a tarefa é mais fácil com amigos, já que a máquina é bem fraquinha, sendo esse um problemão para quem gosta de jogar sozinho. Enfim, a história é bem condizente com sua proposta, mas sem nada de especial.

E tal como outros rogue-lites, Endless Dungeon traz uma série de desafios. E nossa, desafios pra caramba! É um jogo bem complexo, mesmo para quem manja dos cliques e tudo mais. Porém, esse é um atrativo do game, embora acabe ficando um cadinho exaustiva a repetição dos mapas, mesmo que sejam criados proceduralmente. Aliás, ainda tenho a impressão de que a dificuldade ainda está um bocadinho desbalanceada.

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Caos! Endless Dungeon traz inimigos de todos os lados! (Imagem: Divulgação)

Fora isso, sua temática espacial, aliada a gráficos cartunescos, com sombras e efeitos incríveis, trazem uma a imersão diferenciada aos calabouços sem fim. E, embora na versão final não tenha sido possível jogar de cara com todos os personagens, na última preview foi possível curtir cada detalhe deles, tendo cada um características, armas e habilidades únicas, variando um bocado da jogabilidade. Além disso, a versão final está muito mais polida, com um ótimo desempenho, sem travamentos e com tudo funcionando certinho. Os bugs que tive, fora a falta de inteligência do parceiro no modo offline, foram muito pontuais, não mudando a experiência do game.

Um jogo multitarefas

A cada partida em Endless Dungeon, o mapa se transforma completamente, oferecendo surpresas, itens e inimigos em cada nova sala descoberta. Para proteger o cristal, os jogadores devem construir torretas, escudos e outros dispositivos em locais designados, semelhantes a um jogo de tower defense (ou defesa de torres). Esse é um bom artifício que devemos dominar no jogo.

No entanto, precisamos também estar atentos a questões de gestão dos recursos para construí-los. Assim, temos de gerenciar três recursos: indústria, ciência e comida, obtidos pela destruição de elementos no mapa ou de máquinas que coletam recursos. Com eles, podemos comprar medkits, novas torres e outros aprimoramentos cruciais para sobreviver.

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Temos de lidar com diversas ameaças, além de gerenciar recursos. (Imagem: Divulgação)

Portanto, Endless Dungeon exige estratégia constante, desde a escolha dos heróis da equipe até a seleção de equipamentos e a construção de torres para enfrentar as hordas de inimigos que surgem de todos os lados, com diferentes características, sendo este outro ponto para pensarmos. Assim, proteger o cristal e sobreviver é um desafio considerável, especialmente quando o robozinho que carrega o cristal está em movimento, sendo o foco do ataque dos inimigos e criando um caos eletrizante. Com uma mistura de estratégia, ação intensa e inúmeros inimigos, Endless Dungeon se destaca como um jogo cativante. Mas vale ressaltar que é um rogue-lite, se repetindo infinitas vezes, algo que pode não agradar a alguns jogadores.

Ainda existem alguns erros aqui e ali, mas tudo bem…

A versão final de Endless Dungeon corrigiu uma série de erros observados nas prévias, mas ainda vivenciei alguns problemas. Anúncios de ataque a uma estrutura que não existe e IA do parceiro offline completamente nula foram pontos que surgiram ao longo da gameplay. Mas vamos falar também das partes boas. O jogo está ótimo, sem problemas de desempenho. A jogabilidade e os gráficos são ideais para o estilo proposto, sendo bem divertido.

A experiência sonora é imersiva e auxilia na identificação da origem dos inimigos, complementando as informações visuais do mapa, que os marca como pontos vermelhos. A trilha sonora é agradável e se integra perfeitamente ao ambiente do jogo, proporcionando uma atmosfera apropriada para explorar calabouços infinitos no espaço.

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No quesito ação, o jogo entrega bastante conteúdo. (Imagem: Divulgação)

Além disso, o jogo oferece um tutorial inicial que esclarece suas mecânicas, tornando a jogabilidade mais acessível para os novatos no estilo. Sempre que algo novo é introduzido, Endless Dungeon fornece informações detalhadas para evitar que os jogadores se sintam perdidos. No geral, esta versão de Endless Dungeon é notável, indicando seu potencial para se destacar como um jogo de sucesso no estilo rogue-lote/tower defense. É fácil de aprender, mas desafiador de dominar, e para aqueles que apreciam um desafio, é uma ótima escolha.

Vale a pena comprar Endless Dungeon?

Endless Dungeon já se mostrava como um bom jogo desde suas prévias, mas a versão final está bem bacana. E poder acompanhar um pouco do processo de desenvolvimento de um jogo e a dedicação da equipe em considerar o feedback da comunidade é um ponto que gostaria de ressaltar nessa review. Em alguns momentos, pude reportar alguns problemas do game, sendo muito bem acolhido pela equipe da Amplitude, que se mostrou preocupada com as opiniões dos reviewers. Porém, ainda detectei os problemas citados e achei extremamente difícil a ideia de jogar com a máquina como parceira. Ela é lerda e pouco ajuda na partida. Mas, agora podemos escolher o nível de dificuldade, o que é uma vitória.

Mesmo tendo alguns probleminhas, Endless Dungeon oferece uma jogabilidade agradável, com um bom tutorial inicial, que ensina bastante sobre suas mecânicas. Contudo, mantém a ideia do rogue-lite/tower defense, em ser desafiador, exigindo do jogador uma série de estratégias, principalmente nos momentos de ação. A sensação de que, a qualquer momento, hordas de inimigos surgirão, nos deixam sempre ansiosos. Assim, o game apresenta desafios constantes, aalternando também com breves momentos de calmaria. Mas nunca se sabe quando os inimigos chegarão…

Se joguei algumas prévias, agora posso dizer que a versão final do game estava bem próxima da minha expectativa. Os personagens são variados e interessantes, os mapas são visualmente atraentes, os gráficos e sons são totalmente condizentes com a proposta e, enfim, o mais importante: o jogo é divertido. A única área que a Amplitude ainda poderia aprimorar é o modo offline, trazendo um parceiro mais eficiente, já que o jogo não é fácil, mesmo com táticas mirabolantes. Ah, e vale ressaltar que, como prometido antes do lançamento, o jogo está legendado em português brasileiro.

Por fim, se você é fã dos gêneros rogue-lite e tower defense, e quer ir direto para a ação, Endless Dungeon é uma ótima pedida. E se você não é lá tão fã assim, tipo eu, ainda vale a pena dar uma chance. Eu que não curtia muito a ideia de repetição, até que gostei do que joguei, sobretudo nas ocasiões que tive um amigo para auxiliar na peleja.

*Review elaborada em um PC equipado com uma GeForce RTX, com código fornecido pela SEGA.

Pizza Fria

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Por Álvaro Saluan, Pizza Fria

Atualizado em 30 Out 2023.