Guia da Semana

One Piece é, sem sombra de dúvidas, um dos mangás/animes mais bem sucedido da história. As aventuras de Luffy e o bando dos Chapéus de Palha cativaram legiões de e, como tudo que ganha fama geraram muitos jogos de vídeo game. Só nos anos, tivemos um jogo de luta, uma aventura em mundo aberto e quatro interações de títulos no estilo musou.

Agora, a BANDAI NAMCO Entertainment America nos apresenta uma experiência em RPG de turno com One Piece Odyssey. Será que o sucesso de (alguns dos) seus antecessores se repetirá aqui? Confira em mais uma análise do Pizza Fria!

Uma ilha desconhecida, quatro ilhas conhecidas

A história de One Piece Odyssey, escrita por ninguém menos que Eichiro Oda, coloca a tripulação na ilha de Waford, onde somos apresentados aos novos personagens Adio e Lim. Essa última possui um poder especial que com que os protagonistas percam a memória de todas as habilidades conquistadas durante sua aventura – uma jogada criativa para justificar começar do nível 1 e sem nenhuma habilidade, como é costume nos RPGS.

Esse acontecimento dá o pontapé inicial à jornada, já que precisaremos recuperar essas memórias em um reino criado pelos poderes de Lim, não ironicamente chamado “Memória”. Lá, revistaremos quatro das sagas mais populares de One Piece: Alabasta, Water 7, Marineford e Dressrosa.

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O jogo revive momentos famosos dos mais de 25 anos de franquia. (Imagem: Divulgação)

Para fãs da série, essas releituras são bem interessantes, por alguns eventos não acontecerem da mesma maneira que antes, visto que os chapéus de palha estão encarando situações que já viveram antes. Ao mesmo tempo isso dá novidades a quem já conhece a história e da um resumo instigante a quem não conhece.

A maioria das 30-40 horas de campanha são gastas em “Memória”, mas ainda há a parcela do jogo que se situa em Waford, onde precisamos derrotar diferentes colossos elementais e recuperar ainda mais poderes da tripulação e desvendar o mistério envolvendo o poderoso sopro divino que habita a ilha.

one piece odyssey
(Imagem: Divulgação)

Um mundo cheio de vida

Com a mistura entre momentos do passado e uma ilha inédita do presente, o jogador realmente possui uma grande variedade de ambientes para explorar. Já de cara podemos ter certeza do capricho na elaboração de cada local que passamos. One Piece Odyssey se destaca imensamente na parte gráfica, com cenários de tirar o folego e cheio de personagens para interagir. Os inimigos também tem uma variedade decente e designs que sem dúvida saiu da cabeça de alguém que conhece bem One Piece.

Novamente, o jogo se mostra especialmente atraente a fãs de longa data do anime, que podem explorar as localidades e perceber detalhes que não se ve em outra mídia, como uma cidade perto de Marineford ou a desolação dos habitantes de Dressrosa após o surgimento da gaiola.

Captura de tela One Piece 3 one piece
Chopper pode explorar áreas que os seus companheiros não tem acesso. (Imagem: Divulgação)

O jogo nos permite trocar o membro da tripulação que usamos para explorar, com cada um (exceto o pobre Brook) tendo uma habilidade especial que interage com o ambiente. Luffy consegue se esticar para se deslocar rapidamente ou pegar itens que estão longe, Zoro pode cortar portões de metal que bloqueiam o caminho, Chopper é pequeno e pode acessar áreas que os outros não podem e Franky pode construir pontes que dão acesso a lugares antes fora de alcance. Os outros três, Nami, Sanji e Robin, podem coletar itens específicos a cada um deles.

De maneira geral, a ideia de explorar com diferentes membros dos chapéus de palha é bem interessante, embora eu tenha passado 90% do jogo como Luffy, pela facilidade de deslocamento. Há também um pequeno carregamento quando trocamos de personagem que, enquanto breve, pode irritar a longo prazo.

Combate inovador

Sem dúvida, o ponto mais único de One Piece Odyssey é o seu sistema de combate. Embora ainda seja configurado em turnos, o grande diferencial é que os personagens são separados em “zonas”, membros da tripulação só podem se mover para outra assim que derrotam todos os inimigos que se encontram próximos.

Personagens e adversários possuem atributos distintos que funcionam em um sistema de “pedra, papel e tesoura”: poder vence velocidade, que vence técnica, que vence poder. Assim, precisamos planejar bem os movimentos no começo de cada turno.

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Algumas habilidades podem mover inimigos de uma zona de combate para a outra. (Imagem: Divulgação)

Se temos um personagem com atributo técnica preso com inimigos do tipo velocidade, o ideal é mover um personagem do tipo poder para aquela zona o mais rápido possível. Três personagens vão para campo nas batalhas, podendo ser trocados livremente por companheiros que estão na “reserva”, sempre que o jogador desejar.

Cada personagem tem seu próprio arsenal de técnicas que reflete suas habilidades no anime. Usopp, como atirador, consegue atacar inimigos em outras zonas, enquanto Zoro pode aplicar sangramento nos oponentes com seus golpes de espada. Chopper, por sua vez possui várias habilidades de cura, como médico do navio. Esses ataques custam PT – Pontos de tensão – que são regenerados toda vez que atacamos normalmente. As animações de cada um são primorosas, ressaltando o cuidado com a fidelidade à franquia que os desenvolvedores tiveram.

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(Imagem: Divulgação)

Apesar de toda a criatividade envolvida nas lutas, há de ser dito que considerei o nível de dificuldade bem baixo durante quase toda aventura (e eu não sou nenhum expert dos RPGs). Isso, infelizmente, desestimula o jogador a preparar estratégias e combinar equipamentos específicos contra cada inimigo, o tipo de coisa que faz um jogo desse gênero se destacar.

Vale a pena comprar One Piece Odyssey?

Como fã da tripulação dos Chapéus de Palha, eu posso afirmar que One Piece Odyssey funciona muito bem, nos da momentos novos com personagens marcantes e encanta na exploração de cenários familiares e inéditos, com um bom sistema de batalhas para complementar. No entanto, como entusiasta de RPGs, não posso deixar de dizer que muitos elementos pecam. Existem problemas de ritmo, com certos locais necessitando muito mais tempo investido que outras, além de momentos em que você precisa percorrer as mesmas áreas extensas novamente.

A quantidade de conteúdo do jogo também não é tão grande. As sidequests são pouco numerosas e variadas e a campanha é menor do que o padrão do gênero, problema que também é potencializado pela dificuldade baixa do título, tanto em puzzles quanto no combate (embora existam desafios mais complexos no pós jogo). De maneira geral, acredito que entusiastas da franquia tem um prato cheio com essa aventura, mas os demais fãs de RPG deveriam considerar mais cuidadosamente sobre adquirir o jogo.

Assim, em meio a erros e acertos, One Piece Odyssey é um título sólido, que demonstra que Luffy e seus amigos tem tudo para gerar jogos de qualidade nos RPGs da nova geração de consoles. Certamente vale o suficiente para pensar em uma sequência, onde, esperançosamente, encontraremos mais desafio.

Por fim, o jogo está disponível para Playstation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC, via Steam.

*Review elaborada no PlayStation 5, com código fornecido pela BANDAI NAMCO Entertainment America.

Pizza Fria

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Por João Gabriel Marques, Pizza Fria

Atualizado em 5 Abr 2023.