Persona 5 Tactica é um spinoff do agradável Persona 5, como o nome sugere, focado em combate de estratégia por turnos, com uma pegada mais tática. O título nos coloca para acompanhar mais uma aventura dos Phantom Thieves, que agora se encontram em um lugar estranho e oprimido, do qual precisam escapar a todo custo.

E aí, ficaram curiosos? Pois venham comigo para saber o que nos espera, em mais uma preview do Pizza Fria.

O show não pode parar

Olhem só as horas, leitoras e leitores. Hora de pegar nossas roupas mais formosas, colocar nossas máscaras, transformar anos de traumas e bad vibes em representações antropomórficas e botar pra quebrar. Persona 5 Tactica está vindo aí, e nossos velhos amigos precisam de nossa ajuda para se rebelar contra a estrutura opressora vigente. Ah, os bons tempos.

Depois de se aventurarem pelo gênero do RPG tradicional, e dar um rolê nas bandas dos musou, nossos jovens mascarados caem de cabeça em mais uma situação completamente disfuncional, com uma cara nova. O bom e velho RPG estratégico em turnos, aamado e querido por todos nós. E já não é sem tempo, não é mesmo?

Admito que fiquei muito animado com a ideia do jogo, principalmente por me lembrar dois títulos excelentes da série Shin Megami Tensei, da qual Persona se materializou, chamados Devil Survivor 1 e 2. Acredito terem sido dois dos títulos que mais joguei em meu saudoso 3DS, e nunca mais vi nada do tipo na praça. Com todas as mecânicas de fusão de demônios, ou personas no caso de nosso jogo de hoje, foco em uma trama menos convencional, e a coisa toda. Será que Persona 5 Tactica preencheu esse vazio no meu coração? Bom, quem sabe?

Eu até contaria mais de Persona 5 Tactica para vocês, caros leitores e leitoras, mas os Phantom Thieves disseram que, caso fizesse isso, roubariam meu coração judiado e soltariam raios em minha cabeça. Sendo assim, teremos que nos contentar apenas com minhas primeiras impressões, códigos secretos espalhados pelas palavras e a boa e velha imaginação.

A narrativa do jogo envolve nosso povo caindo em uma dimensão totalmente nada a ver, como sempre, na qual a população é dominada e oprimida por uma vilã consideravelmente fora dos padrões. Como todo bom rebelde, os Phantom Thieves se unem à resistência local, que ia bem mal das pernas, para poder sair no tapa com a ditadora local para dar um jeito no problema, ajudar aqueles que ali vivem e, de quebra, voltar para casa.

Em se tratando da estrutura, Persona 5 Tactica lembra bastante as aventuras de sempre dos fantasmas. Contudo, os personagens bem escritos, as dinâmicas entre eles e as situações pelas quais passam garantem que é uma narrativa boa de se acompanhar. Ao menos me agradei, pelo que vi até o momento.

Em se tratando de jogabilidade, Persona 5 Tactica pega os moldes do gênero e faz uma brincadeira bem interessante. Temos todos as peças esperadas do gênero, tal como andar dentro de uma quantidade de quadradinhos, atacar um de cada vez, ter alcances diferentes por armas, essas coisas. Ainda, temos toda a dinâmica de criação de personas, fusões, herança de habilidades, enfim. A mistura perfeita do estilo com a substância.

O jogo se difere dos demais pela forma que aplica esses conceitos. Por exemplo, temos um foco muito grande em ficar atrás de coberturas, tanto para reduzir o dano recebido quanto para evitar levar um dano que gere os chamados one more, a chance de agir novamente. Cada inimigo que acertarmos com vulnerabilidade nos dá a chance de bater de novo, e de novo, até não haver nenhum.

Com isso, temos uma dinâmica na qual posicionamento é imperativo para chegar até o final de cada missão sem acabar comendo mato pela raiz. Agora, coloque habilidades que forçam inimigos, ou aliados, a se mover para dentro ou fora do cover, e temos um sistema que é tão divertido quanto complexo, simples de utilizar mas complexo de aproveitar ao máximo.

Persona 5 Tactica vai além utilizando essa mecânica para tornar os combates mais dinâmicos, inclusive com missões envolvendo ir de um ponto ao outro do mapa em apenas um turno, apenas explorando fraquezas dos inimigos, recompensando o jogador por usar inclinações para acertar os inimigos por fora da cobertura, utilizando o esquema de entregar um turno para deixar os personagens com habilidades melhoradas, e por aí vai.

Vendo dessa maneira, o jogo pode até tomar ares de puzzle, dependendo da forma que as arenas estiverem dispostas e os objetivos, principais ou extras, estiverem dispostos pelo mapa. De fato, houve muita criatividade na hora de transpor a cara de Persona 5 para cá, e o resultado foi uma jogabilidade refinada e com personalidade, sem dever nada.

O que esperar de Persona 5 Tactica?

Irei parar por aqui, amados leitores e leitoras, antes que minha empolgação e minha língua solta me comprem uma estadia prolongada no metaverso, onde ficarei pior do que se estivesse no mato sem cachorro. Contudo, posso falar que as impressões iniciais foram fortes e, tal qual foi com Persona 5 Strikers, a aparência é que temos um produto trabalhado e com personalidade, sem dever em nada ao original.

Se a experiência se manterá até o final, apenas Arsene há de saber, em nome de sua grande cartola e seu estilo impecável. Contudo, o prospecto é bom, e estou intrigado para acompanhar como essa história se desenrola. E, claro, voltar para contar tudo direitinho para vocês em nossa review marota de sempre, prevista para ir ao ar antes do lançamento!

Persona 5 Tactica será lançado para Xbox Series X|S, Xbox One, PC via Windows e Steam, PlayStation 5, PlayStation 4 e Nintendo Switch em 17 de novembro, estando disponível sem custo adicional para assinantes Game Pass no lançamento.

*Preview elaborada em Nintendo Switch, com código fornecido pela Atlus.