Guia da Semana

Eu já falei outras vezes, mas sou um tremendo fã de jogos de plataforma, de correr e pular, e suas derivações. Logo, sempre que um jogo no estilo é anunciado, ou chega para uma nova plataforma e acaba ganhando um marketing extra da publisher, atraí minha atenção. Este foi o caso de Pronty, um jogo ao estilo metroidvania, que chega amanhã, 7, para Nintendo Switch.

Lançado em novembro de 2021 para PC, via Steam, o título conta com 95% de avaliações positivas na loja, com pouco mais de 480 opiniões até o momento. Apesar da boa recepção na plataforma, não há nenhuma média no Metacritic por parte da crítica especializada, logo, eu não sabia o que esperar quando recebi o código antecipado e comecei a jogar. Quer saber o que achei dessa aventura? Vem comigo em mais um review antecipado do Pizza Fria!

Uma mudança de perspectivas

Ah, caro(a) leitor(a). Se tem uma coisa que eu gosto nos jogos eletrônicos são a sua capacidade de se adaptar em diferentes formatos, para diferentes públicos. Veja só: eu sou um fã de jogos de plataforma, em especial aqueles ao estilo Super Mario e Wonder Boy, mas também acabo jogando muitos jogos do subgênero metroidvania.

Acontece que, quis o destino, que dois dos dois últimos games do estilo que eu joguei descartassem o pulo completamente. Depois de The Knight Witch, em que nossa bruxinha tinha a capacidade de voar, Pronty nos leva para o fundo do oceano, e nosso protagonista agora nada. É verdade que, do ponto de vista prático, ambos os jogos sem bem semelhantes quando o assunto é movimentação. A movimentação pelo cenário é livre, tanto na horizontal quanto vertical, mas ainda contamos com características do gênero.

Pronty
A movimentação pelo cenário em Pronty é livre, tanto na vertical, quanto na horizontal (Imagem: Divulgação)

Mas as semelhanças com The Knight Witch acabam aí. Enquanto o game da Team17 misturou gêneros e trouxe um bullet-hell para o metroidvania, Pronty joga mais seguro, e aposta somente em características do gênero: progressão desafiadora pelo mapa, diferentes habilidades para se aprender, resolução de quebra-cabeças, bosses e áreas secretas, além de um gameplay que parece ser bem familiar, mas reserva algumas mudanças importantes – que citarei em detalhes logo mais.

O Protetor

Em Pronty, estamos um futuro distante, no ano de 2487, em que controlamos um Pronty, um protetor desenvolvido mecanicamente pela humanidade para defender o mundo submarino. Ao lado de Bront, um dardo militar biônico com aparência similar ao peixe-espada, nós nos vemos no meio de uma missão após o desconhecido Raksha destruir o local em que estamos e, como sempre, nos vemos como a última alternativa para salvar o mundo.

Pronty
Bront é sua arma no jogo (Imagem: Divulgação)

A história de Pronty parece simples, mas até guarda algumas mensagens interessantes sobre a importância da preservação do oceano. No entanto, a narrativa, de uma forma geral, não é tão bem desenvolvida, e vou explicar o porque: nosso protagonista não é capaz de falar, ele se comunica apenas por gestos e afins. E eu não digo nem falar com voz dublada, não há linhas de texto no jogo em nome dele. Toda a comunicação relacionada à história do jogo com o protagonista é feita por meio de gestuais e por Bront, que apesar de ser um “peixe-espada mecânico”, consegue mandar mensagens que aparecem na tela.

Fora isso, Pronty é um jogo que “segue o script” dos metroidvanias. Algumas reviravoltas e surpresas na narrativa, mas a maior parte dela não motiva o jogador a continuar pela história em si. É claro, não é um jogo com foco narrativo, mas sim, com objetivo no gameplay.

Pronty
O futuro já chegou em Pronty (Imagem: Divulgação)

O desafiador e complicado combate aquático

Metroidvanias, em geral, conquistaram o público por apresentarem elementos de gameplay rápidos e fáceis de pegar, mas difíceis de dominar. Pronty, por algum motivo, resolveu mudar essa dinâmica. Por mais que nadar e explorar o oceano seja uma tarefa simples, o combate do jogo ficou complicado demais.

Isso porque Pronty não é capaz de lutar. Todo o combate do jogo é feito através de Bront, que é conectado ao nosso protagonista. Assim, para derrotarmos os inimigos que surgem no jogo, nosso principal caminho será o Ataque Regular, em que miramos com o analógico direito, e ordenamos o ataque pressionando ZR. Na prática, essa mudança fez o combate ficar algo bem complicado e haja assistência técnica para proteger o Joy-Con dos drift que pode causar. Em boa parte do jogo, você vai simplesmente atacar os inimigos que surgirem dessa forma, inclusive bosses. Pronty e Bront conseguem aprender algumas habilidades, como o Moedor de Energia e o Ataque Poderoso, mas isso altera muito pouco o combate.

Pronty
Há muitas habilidades desbloqueáveis em Pronty (Imagem: Divulgação)

Por outro lado, Pronty traz algumas adições interessantes ao gênero. Enquanto exploramos o jogo, encontramos Habilidades, que podem ser equipadas em um Painel da Memória. São diferentes tipos de habilidades, que servem para aprimorar o protagonista e Bront como quisermos. Isso é bom porque, de acordo com as habilidades que você encontra e equipa, pode ter uma experiência completamente diferente de outro jogador – mas infelizmente o combate é o mesmo.

Gráficos e sons

Pronty acerta em cheio em seu visual. Com cenários e personagens desenhados à mão, o game tem um charme de modernidade-retrô, sendo um aspecto bem bonito, Os bosses são bem construídos, o visual é bem intuitivo e não tive nenhum glitch ou bug gráfico durante o período de review. Além disso, a parte sonora casa bem com o jogo, oferecendo trilhas empolgantes e calmas, que variam de acordo com o mapa. A trilha, inclusive, é comercializada a parte nos PC.

Pronty
Como em outros metroidvanias, é possível melhorar a stamina e o HP encontrando itens pelo mapa (Imagem: Divulgação)

Vale a pena jogar Pronty?

Pronty é um jogo com um audiovisual bonito, mas que deixa a desejar nos principais aspectos de um jogo, na minha opinião: gameplay e narrativa. Apesar do gameplay trazer alguma originalidade, a forma do combate é cansativa, enjoativa e pode afastar jogadores mais casuais. A história não é memorável, mas é o suficiente para fazer o game andar. O título também chega totalmente legendado em português do Brasil, o que é uma vitória, se tratando de um jogo indie.

No geral, Pronty é indicado para os fãs de metroidvanias que gostam quando o próprio gênero se desafia. É importante ressaltar que o game conta com quatro níveis de dificuldade, além de desafios específicos para os jogadores hardcore. E, apesar de não ter um sistema de conquistas nativo no Nintendo Switch, o próprio jogo oferece um internamente – auxiliando os complecionistas.

Pronty chega nesta terça-feira, 7, para Nintendo Switch e já está disponível para PC, via Steam e GOG.com.

*Review elaborada no Nintendo Switch, com código fornecido pela Happinet Corporation.

Pizza Fria

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Por Lucas Soares, Pizza Fria

Atualizado em 6 Mar 2023.