Recentemente anunciado, Rogue Flight é um jogo de combate espacial, muito acelerado com visuais e história inspirados em animes das décadas de 80 e 90. Tudo isso dentro da estrutura de um gênero que ganha cada vez mais popularidade: roguelite.
Vamos destrinchar todos os principais pontos dessa aventura espacial nostálgica em mais uma análise exclusiva e antecipada do Pizza Fria!
História e algumas decepções
Em um futuro onde uma inteligência artificial chamada A.R.G.U.S decidiu obliterar a humanidade, os poucos sobreviventes se abrigam no subsolo da Terra onde encontraram uma arca conhecida como “BOW” e, dentro dela, uma espaçonave apelidada “ARROW” sendo a única opção dos humanos em combater a IA. Restando para a última piloto viva, Nadia, utilizar a nave e destruir A.R.G.U.S.
Mesmo se inspirando em prestigiadas animações de décadas passadas, a história de Rogue Flight não consegue captar o que as deixou tão marcante: o carisma e desenvolvimento de personagens enquanto tratam de temas mais introspectivos ou especulativos. Vide o sucesso de trabalhos como Neon Genesis Evangelion e Akira.
Entre as missões, Nadia interage com seus companheiros, Griffin e a Doutora Mason. Estes segmentos são preenchidos com linhas e mais linhas de diálogos sobre diversos termos técnicos referentes a A.R.G.U.S ou nosso próximo chefe e, infelizmente, a história é composta apenas por isso. Além de rapidamente se tornarem repetitivos, roubam espaço do desenvolvimento de personagens e, levando em conta que o formato de Rogue Flight requer repetição de toda a aventura, esses momentos se tornam extremamente desinteressantes, ainda mais pelo título estar completamente em inglês.
O alento do roteiro vem da protagonista, com um ótimo trabalho de voz, e que mesmo com poucas cenas para si mesma, conquista com sua determinação e um pouco de humor. Os riscos da missão também são um ponto forte da narrativa, acrescentam peso ao mundo, com escolhas resultando em quatro finais diferentes. novamente mérito da protagonista que comunica bem ao jogador através de suas expressões e comentários.
Jogabilidade, progressão e muitos extras
Dentro das missões, vamos enfrentar dezenas de inimigos de uma só vez. Rogue Flight flerta com o subgênero bullet hell e dezenas de disparos e destroços espaciais na são jogados na direção do jogador constantemente. Para sobrevivermos, utilizamos de diversos disparos principais, esquiva que também serve para refletir dano e de alguns ataques especiais em área. Também inserido um sistema de combo, que quanto maior, receberemos recompensas permanentes.
Como Rogue Flight é um roguelite, a progressão está totalmente associada a nossa atual tentativa, seguimos na campanha, a cada missão completada o jogo avalia nossa pontuação alcançada o com combo, desbloqueando novas versões da nave, como mais vida, velocidade e dano de cada disparo. As diferentes versões da nave são fixas, já novos disparos são adquiridos apenas no inicio de cada nova tentativa. Já as missões em si seguem o mesmo padrão de inicio a fim, derrotamos os mesmos inimigos até chegar no confronto com o chefe do mapa, sendo apenas este o fator único de cada mapa.
A progressão durante as “runs” infelizmente não é o destaque de Rogue Flight, o que se esperaria de um título deste gênero. Em nenhum momento é claro as condições de desbloqueio de novas naves e disparos. A sensação ao completar todas as rotas disponíveis é que as mecânicas não foram bem implementadas, o básico já é o essencial e como maioria das melhorias são de estatísticas e são fixas, mesmo em dificuldades mais altas o jogador apenas entra e atira em tudo que se move até completar a jornada sem sentir falta de melhorias específicas.
Por outro lado, em modos de gameplay e conteúdo a se desbloquear, Rogue Flight é bastante satisfatório. Um “New Game +” com todos os diferentes disparos já desbloqueados e um novo final, um modo onde sua nave e ataques são escolhidos aleatoriamente a cada nova missão está disponível. Muitas personalizações para sua nave também estão disponíveis, de cores do exterior, visão interna e até um modo Retrô, deixando o jogo com visual e sons de games das décadas de 80 e 90.
Visuais e sons
Este é o quesito do game que mais se aproxima da excelência. Fluidez da movimentação da nave, dos cenários e inimigos/chefes são muito bem executados. A performance e os controles também ajudam, lisos e responsivos. Durante a jornada de Nadia visitamos uma quantidade decente de planetas, asteroides, com paleta de cores bem distintas uma das outras. Apenas um detalhe que incomoda, que é o excesso de destroços distribuídos ao longo das fases, fazendo com que alguns mapas pareçam mais semelhantes do que realmente são.
A trilha sonora acompanha a velocidade do combate, temas intensos e frenéticos. Além de contar com vocais na abertura e créditos do jogo, fortalecendo a identidade de Rogue Flight em sua homenagem às animações do passado. Até mesmo mesmo para modo Retrô as músicas foram ajustadas. O áudio somente peca na quantidade de temas de combate, rapidamente se tornam repetitivos, e temas de fases são reaproveitados para alguns chefes, que além disso, não possuem uma identidade sonora memorável.
Vale a pena comprar Rogue Flight?
Mesmo com um gosto de decepção por não se destacar em sua história e em seus elementos do gênero que está inserido, ainda há muito o que se apreciar em Rogue Flight. Combate muito responsivo e desafiador, customizações vastas, modos de jogo desbloqueáveis bastante divertidos. Mesmo com pouco espaço para desenvolvimento, Nadia e os personagens de apoio possuem carisma e o peso do que está em game é bem comunicado ao jogador. Uma experiência recomendada para um divertimento mais casual focada em sua ótima gameplay.
Rogue Flight chegará para PC, via Steam, PlayStation 5, Xbox Series X|S e Nintendo Switch no dia 25 de outubro.
*Review realizada em um PlayStation 5, com código fornecido pela Perp Games.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Higor Neto, Pizza Fria
Atualizado em 21 Out 2024.