TEVI é um metroidvania 2D, com elementos de bullet hell, desenvolvido por CreSpirit, GemaYue, Ein Lee e publicado por CreSpirit e Neverland Entertainment. O título, disponível para Nintendo Switch e PC, via Steam, e aguardado para PlayStation 4, PlayStation 5 e Xbox Series X|S em 2024, nos coloca nas botas reforçadas de Tevi, uma garota com uma atitude arretada que se coloca no meio de diversas situações bizarras, e até que um tanto perigosas, para explorar mais do mundo em que vive e ajudar o pai a atingir seus objetivos. Filha do ano, não é mesmo?

Como sempre, meus olhos brilharam como se fosse noite de natal, e precisei a todo custo dar uma olhada nessa gracinha. E aí, será que Tevi será um bom ato final para esse ano de metroids e vânias, ou apenas mais um no mar de decepções da vida? É o que saberemos agora, em mais uma análise caprichada do Pizza Fria!

Uma garota coelho, um demônio e um anjo entram em um bar

Saudações, leitores e leitoras deste adorado país tropical, abençoado por Deus e ah, como é cheio de beleza. Estou aqui em mais um dia (ou noite, vai saber em qual ponto do fluxo temporal estão lendo isto) para comentar sobre minha última aventura virtual. Sim, conversaremos sobre Tevi para responder algumas perguntas essenciais, como por exemplo: vale a pena ser jogado? É divertido? É o motivo de eu estar usando uma roupa de guaxinim? Tantas perguntas.

Eu estava mesmo precisando de um metroidvania em minha vida quando os lords of pizza me deram a ideia de avaliar este jojinho aqui. Não apenas pelo seu estilo principal, fiquei intrigado com a promessa de misturarem bullet hell no meio da parada. Sabem aquele esquema no qual os inimigos atiram um monte de projéteis ao mesmo tempo, todos esquiváveis, mas que costumam encher a tela? É isso aí.

Eu geralmente não sou tão fã desse gênero, para ser sincero, em muito pelo meu tempo de reação ser extremamente alto, e os velhos dedos já não acompanharem mais a ação frenética da tela. Mas, oras pais, o que custa tentar, não é mesmo? Além do que, a promessa de exploração, poderes de movimentação e pulos duplos sempre aquecem meu coração.

História

A trama de Tevi já começa mostrando que nossa intrépida protagonista é bem mais espertinha do que aparenta ser. Após se fingir de dama indefesa para se infiltrar no covil de alguns ladrões, nossa heroína encontra a relíquia que procurava, chamada Astral Gear, faz amizade com um anjo, chamada Celia, e um demônio, chamado Sable, e escapa sem nenhum arranhão ou machucado para contar história.

Daí para frente, nossa heroína e seu grupo seguem zanzando de um lado para outro do mundo em que vivem, Az, em busca de mais das tais Astral Gears. Segundo o pai de Tevi, eles são artefatos extremamente poderosos e peças essenciais para recuperar o conhecimento perdido dos antigos. Contudo, essa parada será tensa, mesmo para uma garota esperta como nossa chegada. Az não é um lugar pacífico, e o conflito entre as três raças que dominam suas terras garante que nenhuma viagem seja isenta de problemas.

Eu cá curti bem a trama de Tevi, tanto da forma como é apresentada quanto por algumas idas e vindas que ela dá. O jogo ataca alguns pontos complexos em alguns momentos, como os conflitos entre as raças de humanos, bestas e magiteks, e a maneira em que a tênue paz em alguns lugares é mantida. Realmente me surpreendeu, de fato.

Jogabilidade

Tevi tem uma jogabilidade metroidvania bem refinada, com tudo que podemos esperar do gênero. Por isso me refiro a um mapa com um tamanho legal, lotado de caminhos interconectados, sendo que alguns deles só podem ser acessados após termos adquirido alguma habilidade especial. Aquele pulo duplo maroto, uma bomba que explore paredes, uma rasteirinha, essas coisas.

Nisso o título passa com louvor, tendo controles bem redondinhos e responsivos, além de seções de plataforma que exigem malícia sem punir demais o jogador. Explorar sempre é divertido, e aquela vontade de sair caçando lugares que antes eram bloqueados após aprender um movimento novo é boa demais de sentir. Diria eu, até, que é um dos maiores atrativos desse tipo de jogo.

O combate de Tevi faz uma mudança interessante na fórmula, que funciona na maioria do tempo. Nossa heroína conta com duas armas, uma faca e uma chave de fenda grandona, que a acompanham durante toda a jornada. Contudo, ela aprende habilidades que mudam a forma que ataca, com combos que funcionam diferentes de acordo com a ordem e pressão dos golpes que usa. Além disso, podemos a equipar com os chamados sigils.

Eles nos permitem alterar algumas habilidades ofensivas de Tevi, indo muito além de apenas trocar a ordem de um aperto de botão ou alcance de uma chavada na lata de um inimigo. A grande variedade de sigils, ainda, permite que tenhamos uma variedade bem interessante na hora de definirmos como queremos engajar os rivais em combate, e como queremos que nossa heroína se comporte. Isso é especialmente necessário na hora de enfrentar os diversos chefes do jogo, que não são moleza. Mas, ah, como sem legais de lutar.

Isso é especialmente interessante quando aplicado em Celia e Sable. Nossos amigos acompanham Tevi na forma de duas bolinhas voadoras, que possuem a função de ataques de longo alcance. Cada um funciona de uma forma diferente, com danos e efeitos específicos que podem ser especializados de acordo com os sigils e habilidades que liberamos.

Isso tudo torna o combate bem divertido e pouco repetitivo, no sentido de que sempre temos algo novo para testar. Acho que o único negativo disso é que o título é um pouco limitado no começo. Como o nível de Tevi é ligado à exploração do mapa, e não ao tradicional XP, leva um tempo até ficarmos realmente fortes. Além disso, o drop rate de materiais é um pouco baixo demais, atrasando na hora do craft de novos itens.

Sons e Visuais

Tevi tem visuais muito bonitos, com cenários coloridos e detalhados, efeitos de encher os olhos e sprites muito fofos e caprichados. O jogo é um mimo de se ver, e as animações fluídas e bem feitas deixam tudo ainda mais agradável aos olhos. Acredito que isso realmente seja um ponto a seu louvado, principalmente nesse estilo de jogo.

A parte sonora também agrada, com muitas dublagens, todas bem executadas, e músicas que pegam na cabeça e ajudam a dar aquele gás na hora da exploração. Seja tretando ou andando pela cidade, sempre estaremos com alguma melodia agradável aos ouvidos.

E aí, Tevi vale a pena?

É chegada a hora, pequenos seres humanos habitantes da terra-616. Será que as aventuras coelhísticas de Tevi valem realmente a pena de se acompanhar, ou estaríamos comprando gato por lebre? Piadas, piadas. Diversão, diversão. Bom, para responder isso iremos fazer a boa e velho retro do que falamos nos parágrafos anteriores, para tentar fazer sentido de toda essa loucura.

Do lado positivo, temos um jogo lindo de ver, agradável de controlar, maneiro de explorar e com um combate bem divertido e até que profundo, por conta dos sigils e das habilidades que conseguimos. Os chefes são legais de enfrentar, o mapa é bom de explorar e a trama agrada, com o trio principal possuindo uma boa química. Além disso, o lado bullet hell caiu como uma luva.

Do negativo, só diria mesmo o drop baixo de itens e a demora inicial para podermos começar a botar para quebrar. Acho que isso joga contra o título, potencialmente desanimando sem motivo. Mas, ao fim e ao cabo, Tevi é um metroidvania de peso, com tudo que os fãs do gênero podem querer. Diria, também, que é um bom joguenho para mostrar para quem ainda não conhece esse mundo. Definitivamente, foi uma boa forma de começar a fechar o ano no Switch.

*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela Neverland Entertainment.