Yakuza Kiwami é um jogo de ação, aventura e trocação honesta de socos e chutes desenvolvida pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA. Nele, acompanhamos a primeira aventura de Kazuma Kiryu, o eterno dragão de Dojima, após seus dez anos de prisão por conta de um crime que não cometeu. Aqui, temos uma reimaginação do original, lançado em 2006, através da mesma engine utilizada em Yakuza 0. Agora, a aventura chega para o queridinho da Nintendo em toda sua glória portátil (ou não).
E aí, será que vale a pena encarar? É o que veremos agora, em mais uma análise estilosa do Pizza Fria!
Kiryu-chan (de bolso)
Estou sentindo aquela velha palpitação, leitores e leitoras. Isso só pode significar duas coisas: primeiro, que acabei de receber uma quantia infinita de dinheiro advinda de heranças ou bondades alheias. Segundo, que chegou outro jogo da minha amada série Yakuza para jogar. Como sigo com a conta bancária mais vermelha que o chapéu de um certo encanador italiano, isso só pode significar que o dragão de Dojima nos aguarda para mais trapalhadas e baguncinhas em Kamurocho.
Mas querido eremita das montanhas, vocês podem perguntar, esse jogo já não havia sido lançado em 2016? De fato, povo bonito que acessa esse site. Contudo, agora podemos reviver o começo de nossa amada franquia em um console portátil, com todas as facilidades e confortos que isso nos oferece. Baka Mitai enquanto estamos na fila do banco? Só se for agora, meus chegados e chegadas.
Para os que não conhecem, Yakuza Kiwami foi uma recriação total do primeiro jogo da franquia, lançado originalmente em 2006, utilizando o motor gráfico e mecânicas de Yakuza 0. Além disso, essa versão adiciona uma série de novas funcionalidades e confortos para o jogador, além de revitalizar um clássico e marcar uma nova era para a série. Feitas as apresentações, vamos ao que realmente interessa.
História
Yakuza Kiwami nos coloca no controle de Kazuma Kiryu, um ex-yakuza que passou dez anos na cadeia após assumir um crime cometido por Akira Nishikiyama, seu irmão de juramento e companheiro da máfia, em 1995. Após sair da prisão, nosso chegado percebe que o mundo que ele conhecia mudou completamente, tanto do ponto de vista social quanto na estrutura da própria yakuza.
O chegado pelo qual ele havia sacrificado anos de sua vida se tornou uma pessoa completamente diferente, a família da qual ele fazia parte não existe mais e dez bilhões de ienes foram roubados dos cofres do clã Tojo, o mais poderoso do submundo japonês. E no meio de todo esse rolo se encontra Kiryu, o antigo dragão de Dojima e mais novo bode expiatório de todos do mundo criminoso.
A trama de Yakuza Kiwami é muito legal, e vai muito além do que eu falei para vocês agora. O jogo é cheio de personagens memoráveis, como o próprio Kiryu e a lenda viva conhecida como Goro Majima, e acontecimentos que nos fazem ir desde a surpresa até o riso e o choro. Ainda que ele seja mais puxado para o drama que outros mais recentes, como em Like a Dragon: Infinite Wealth, a narrativa do título não decepciona e nos mantém agarrados na telinha do começo até o final de sua duração.
Gameplay
Assim como todo bom jogo da série, a jogabilidade de Yakuza Kiwami pode ser dividida em três momentos: quando brigamos em ruas e prédios contra todo tipo de gente, quando resolvemos problemas em missões principais ou secundárias e quando saímos pela cidade jogando tempo fora com minigames dos mais variados.
Começando pelas missões, o título conta com uma boa quantidade delas. Deixando de lado as focadas em progredir a narrativa, temos algumas bem legais que são encontradas enquanto exploramos as ruas de Kamurocho, chamadas side stories. Ainda que algumas sejam sérias, a grande maioria é bem zoada e engraçada, arrancando risadas do jogador e nos recompensando com alguns itens bem interessantes. É um dos pontos altos da experiência, e responsável por tornar a série tão leve quanto complexa.
Do lado da pancadaria, Yakuza Kiwami importa o sistema de briga de seu antecessor. De forma geral, podemos realizar combos utilizando golpes fracos e fortes, além de utilizar armas e outros itens do cenário para causar ainda mais sofrimento aos nossos oponentes. Além disso, possuímos quatro estilos de luta diferentes que favorecem estilos bem específicos de jogo como golpes fracos e rápidos ou fortes e lentos, contra ataques, uso de armas do cenário e por aí vai. Além disso, temos uma barra de recursos chamada heat que permite executar golpes bem fortes, como arrebentar a cara dos inimigos nas paredes, portas de carros, quebrar bicicletas nas costas dos outros, e por aí vai.
Ainda sobre os estilos, todos possuem uma boa quantidade de habilidades para serem liberadas. Um deles, inspirado no clássico utilizado por Kiryu no jogo original e alguns outros na franquia, pode ser melhorado através da nova mecânica Majima Everywhere, a qual nos faz lutar contra o louco Majima durante vários momentos do jogo. Ela é bem legal, mas o hábito do carinha do nos emboscar em alguns momentos de nossa exploração da cidade pode ser um pouco enjoado em alguns momentos.
O último pilar de Yakuza Kiwami são os minigames, marca registrada da franquia e que não deixa nada a desejar. Temos muita coisa para fazer em Kamurocho, indo de cantar no karaokê até correr com carrinhos de controle remoto. Fora isso, temos muita coisa para desbloquear e experimentar, principalmente se o jogador decidir por tentar completar tudo que for oferecido.
Meus dois únicos problemas com o título são ligados ao reaproveitamento excessivo de certas mecânicas e assets, que é algo comum para a franquia, e o desempenho do jogo enquanto estamos no modo portátil. A ação costuma ficar um pouco mais lenta em certos momentos, o que acho um pouco inadequado visto que o título já possui certa idade e não possui visuais exagerados.
Sons e Visuais
Yakuza Kiwami tem visuais bem legais, lembrando que é uma versão portada de um jogo lançado em 2016. Ainda que muitas animações sejam um pouco robóticas, Kamurocho parece uma cidade viva, temos uma quantidade bem legal de detalhes no cenário e a resolução no portátil, apesar da queda de frames, está satisfatória.
A parte sonora é um espetáculo, tanto pelas músicas da trilha quanto pela dublagem. O jogo soa muito bem, e devo adicionar que as canções colocadas no karaoke são muito boas de escutar. Um ponto negativo, infelizmente, é a falta de legendas em nossa língua.
Vale a pena comprar Yakuza Kiwami?
É isso aí, gente fina desse site maravilhoso. Será que Yakuza Kiwami vale a pena? Levando em conta, ainda, a proposta de ser jogado em um console híbrido? Bom, vamos relembrar os pontos ditos até aqui para vermos qual é. De positivo, temos um jogo que continua ótimo, com uma jogabilidade variada e divertida, além de uma trama que vale a pena ser acompanhada.
De negativo, temos aquela repetição de assets de sempre, somado à um começo um pouco lento antes das coisas ficarem realmente interessantes e, exclusivo dessa iteração, uma queda ocasional de FPS em certos momentos um pouco mais conturbados. Por fim, senti falta de uma legenda para fazer com que as loucuras da vida de Kiryu fossem compreendidas por todos nós.
Mas, no fim das contas, Yakuza Kiwami continua sendo um jogo e tanto. Me diverti tanto quanto da primeira vez que joguei, e realmente acredito que ele seja uma boa pedida tanto para aqueles que nunca o jogaram quanto para aqueles que desejam uma boa distração para passar o tempo. Problemas técnicos à parte, essa foi uma adaptação muito agradável para o console da Nintendo, e acredito que vá agradar bastante qualquer um que decidir encarar a aventura.
Yakuza Kiwami chega nesta quinta, 24 de outubro, para Nintendo Switch, mas já estava disponível para PC, via Steam, PlayStation 4 e Xbox One.
*Review elaborada em um Nintendo Switch, com código fornecido pela SEGA of America.
Pizza Fria
Reviews, notícias e tudo sobre o mundo dos gamesPor Matheus Jenevain, Pizza Fria
Atualizado em 23 Out 2024.