5 exposições gratuitas em cartaz no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista

No dia 20 de setembro, o Instituto Moreira Salles (IMS) inaugurou um novo centro cultural na Avenida Paulista, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra. O espaço de sete andares e 1200 metros quadrados substitui a antiga sede do Instituto no bairro de Higienópolis, que possuía 200 metros quadrados. Além de enorme espaço para exposições – gratuitas –, o centro cultural abriga um café, um restaurante, uma livraria, uma biblioteca e espaço para eventos, como oficinas e mostras de cinema.

O IMS é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1992 em Minas Gerais com o objetivo de promover e formar acervos principalmente na área de fotografia, mas também em literatura, cinema e outros, além de promover eventos nos mesmos campos. Chegou em São Paulo em 1996, no casarão em Higienópolis, e agora muda para uma das regiões mais influentes da cidade, a Avenida Paulista, com a promessa de ir além da promoção da fotografia, mas de se tornar um verdadeiro centro cultural com eventos, debates, oficinas e shows.

O centro cultural, que funciona de terça a domingo, das 10h às 20h, e até às 22h de quinta-feira, já conta com 5 exposições gratuitas, que são um programa certo para os amantes de fotografia e audiovisual. Saiba um pouco mais sobre cada uma delas:

Foto: Reprodução/Site do Instituto Moreira Salles

'The Clock', de Chirstian Marclay

The Clock é uma videoinstalação com milhares de cenas de cinema e televisão que fazem referência ao horário do dia. A obra tem duração de 24 horas e acontecerá ao longo de 9 finais de semana, de sábado para domingo, quando o centro cultural ficará aberto durante as madrugadas para a projeção ininterrupta. O trabalho do artista suíço Christian Marclay já recebeu o Leão de Ouro – o prêmio máximo concedido no evento – na 54ª Bienal de Veneza, em 2011 e pretende fazer o público pensar sobre a relação que mantemos com o tempo hoje em dia.

Foto: Vincenzo Pastore/Acervo IMS/Reprodução/Site do Instituto Moreira Salles

São Paulo, três ensaios visuais

A projeção escolhida para inaugurar o Estúdio – espaço que dá acesso digital ao acervo fotográfico do IMS – é dedicada à nossa cidade. Com imagens que apresentam desde muros pintados do século XIX até luminosos outdoors dos séculos XX e XXI. Ao longo de trinta minutos, o espectador é apresentado a três ensaios visuais que resgatam as personagens da cidade de São Paulo com fotografias feitas a partir de 1862, como as de Militão Augusto de Azevedo, considerado um dos mais importantes fotógrafos brasileiros da segunda metade do século XX.

Foto: Robert Frank/The Americans/Reprodução/Site do Instituto Moreira Salles

Robert Frank: 'Os americanos' e 'Os livros e os filmes'

Nascido em 1924 na Suíça, Robert Frank é um dos maiores nomes da história da fotografia. O IMS Paulista trouxe, pela primeira vez no Brasil, a série Os americanos do fotógrafo, que conta com 83 fotografias da década de 1980. As imagens, captadas em uma viagem na qual o fotógrafo percorreu quase todos os estados dos Estados Unidos, representam muito do país e do povo americano. A exposição também apresenta outro trabalho do fotógrafo, em parceria com o editor Gerhard Steidl – Os livros e os filmes.

Foto: Sofia Borges/Reprodução/Site do Instituto Moreira Salles

Corpo a corpo: a disputa das imagens, da fotografia à transmissão ao vivo

A exposição exibe sete trabalhos desenvolvidos por artistas e coletivos – Bárbara Wagner, Jonathas de Andrade, Mídia Ninja, Sofia Borges, Letícia Ramos e Garapa, junto ao coordenador de fotografia contemporânea do IMS, Thyago Nogueira. Esse recorte da produção brasileira contemporânea em fotografia, cinema e vídeo traz uma reflexão sobre como as imagens podem nos ajudar a enxergar recentes conflitos sociais no Brasil. O tema dos trabalhos é o corpo como um elemento de representação social e atuação política.

Foto: Ricardo Iannuzzi/Reprodução/Site do Instituto Moreira Salles

'Câmera aberta', de Michael Wesley

Encomendado pelo IMS em 2014, o projeto do alemão Michael Wesley consistiu na instalação de seis câmeras nas fachadas dos edifícios vizinhos à obra do IMS Paulista, que capturaram, ao longo de quase três anos, imagens contínuas do espaço em construção. O artista utilizou uma técnica própria que possibilita que um mesmo negativo fique exposto ao longo de muitos anos, o que permite capturar diversos momentos em uma única fotografia, mostrando assim os “rastros” da construção nas imagens.