O tombamento é um ato administrativo que reconhece o valor histórico e público de um bem material ou imaterial com o objetivo de garantir a proteção contra sua destruição ou descaracterização. Em São Paulo, os bens podem ser tombados pelo Conpresp, em esfera municipal, Condephaat, em esfera estadual e, ainda, pelo Iphan, em esfera federal. Os três são órgãos de defesa do patrimônio dentro de suas esferas.
Nossa cidade tem uma grande quantidade de bens tombados em esfera federal, muitos em esfera estadual e ainda mais em esfera municipal. O Guia da Semana separou 10 lugares tombados na cidade que você precisa visitar. Confira:
Casa das Rosas
Tombada em esfera estadual e municipal, a Casa das Rosas, na Avenida Paulista, é um dos poucos exemplares de mansões da avenida que ainda sobrevivem ao tempo. Também conhecida como casa da poesia, oferece cursos, oficinas, exposições e eventos como a Virada da Poesia e o Arraiá da Casa das Rosas. Seu jardim, repleto de rosas, é considerado um dos mais bonitos da cidade.
MASP
O museu mais famoso da cidade possui uma das maiores e mais abrangentes coleções de arte ocidental da América Latina. Isso significa que lá você pode encontrar não só arte brasileira, mas africana, asiática e muitas peças europeias, que incluem quadros de grandes nomes como Picasso e Van Gogh. As exposições temporárias também trazem constantemente obras dos acervos de museus como o D’Orsay, em Paris, e o Rijksmuseum, em Amsterdã. Tanto o acervo quanto o prédio, arrojado projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, são tombados nas três esferas.
Estação da Luz
Na época da República, que ficou conhecida como “café com leite”, a Estação da Luz, com sua arquitetura fascinante, era símbolo de poder dos paulistanos. Fundada em 1901, por ali chegaram muitas figuras importantes e imigrantes de origens diversas durante o século 20. Inspirada na arquitetura vitoriana das terras britânicas, é um daqueles lugares que nos fazem sentir fora do país. A estação foi construída por ingleses e contou com a ajuda de estruturas trazidas diretamente do país europeu. Hoje é protegida como patrimônio nas três esferas.
Parque da Independência
O Parque da Independência, inaugurado em 1989, tem esse nome por guardar elementos históricos importantes para a história da Independência do Brasil, tombados pelos órgãos de preservação histórica em esfera municipal, estadual e federal. Lá você pode encontrar o famoso Museu do Ipiranga, os belos jardins inspirados nos de Versalhes, o Monumento à Independência e a Casa do Grito, que fica perto de onde, conta a história, D. Pedro declarou a independência do país com o famoso grito “independência ou morte!”.
Teatro Municipal
Inaugurado em 12 de setembro de 1911, oito anos depois do início das obras, o Teatro Municipal se tornou patrimônio histórico do Estado em 1982 e da cidade em 1991. Influenciada pela Ópera de Paris, a luxuosa construção finalmente colocou São Paulo no roteiro internacional de espetáculos mundial. Os detalhes renascentistas da fachada são apenas o começo, por dentro, o visitante pode encontrar diversos adornos como bustos, medalhões, cristais, afrescos e mármores.
Cine Belas Artes
Conhecido pela programação alternativa, que sempre privilegiou o cinema alternativo e trouxe de volta às telonas filmes clássicos, o Belas Artes se tornou ponto de encontro de cinéfilos paulistanos e impulsionou a vida cultural na região da Avenida Paulista, garantindo a sobrevivência de um pequeno, porém movimentado, circuito de cinemas de rua. Foi tombado em 2015 pelo Condephaat e mostra como uma articulação entre as políticas de preservação e as políticas públicas de cultura pode possibilitar um difusor cultural para a população.
Conjunto Nacional
O Conjunto Nacional foi concluído em 1962 e se destaca por ter sido um dos primeiros grandes edifícios modernos multifuncionais da cidade. Com 120 mil metros quadrados de área construída, o prédio guarda um centro comercial, espaço para eventos, centro de convenções, salas comerciais e apartamentos residenciais, além da maior livraria do Brasil, a Livraria Cultura. O prédio, que ocupa um quarteirão inteiro entre a Avenida Paulista e Alameda Santos, foi tombado em 2005 em esfera estadual e 2015 em esfera municipal.
Memorial da América Latina
Inaugurado em 1989 e projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer, o Memorial da América Latina é um dos maiores centros culturais e políticos da cidade de São Paulo, com uma área total de mais de 84 mil metros quadrados. Além de diversas exposições, o visitante pode participar de eventos variados, como shows ou feiras de comida e artesanato todo final de semana. O espaço foi fundado em esfera estadual em 1998 e municipal, em 2012.
Sesc Pompeia
Projetado por Lina Bo Bardi, a famosa arquiteta responsável pelo nosso mais famoso museu, o Sesc Pompeia é outro exemplo de espaço cultural tombado como patrimônio, não só em esfera municipal, mas também federal. Originalmente, o espaço era uma fábrica de tambores da década de 1930, mas Bo Bardi foi convidada a repensá-lo na década de 70. A unidade foi inaugurada em 1982 e carrega o mesmo conceito do potencial de vivência popular do vão livre do MASP.
Pinacoteca
Considerado o museu de arte mais antigo de São Paulo, a Pinacoteca do Estado foi fundada em 1905, com apenas 26 obras, e tombada em 1982, em esfera estadual e 1991 em esfera municipal. Hoje o acervo conta com cerca de nove mil peças que retratam a produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade. Enquanto o segundo andar abriga o acervo fixo do museu, o espaço do primeiro andar do prédio é reservado para exposições temporárias, que ocorrem periodicamente.
Atualizado em 3 Jan 2018.