O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) é um órgão da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo criado em outubro de 1968 que tem como objetivo garantir a proteção de bens através do seu tombamento, um ato administrativo que reconhece o valor histórico e público de um bem material ou imaterial para assim garantir que ele não seja destruído ou descaracterizado. Os bens também podem ser tombados em esfera municipal, pelo Conpresp, ou em esfera federal, pelo Iphan.
São Paulo possui uma grande quantidade de bens tombados, e alguns deles são imperdíveis! O que poucos sabem é que a nossa cidade também guarda alguns patrimônios um tanto inusitados. O Guia da Semana listou 7 deles para você conferir. Veja na galeria:
Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento
O prédio que abrigou o primeiro templo ocultista edificado na América do Sul possui uma fachada que chama atenção por representar de forma concreta elementos pertencentes às filosofias propagadas pela Ordem. Fundado em 1909, o Círculo Esotérico da Comunhão e Pensamento é uma instituição filosófica que visa despertar forças no ser humano utilizando a força mental para promover correntes de pensamentos positivos - o local promove encontros ainda hoje. O edifício no centro foi tombado pela esfera estadual em 2010.
Onde: Rua Dr. Rodrigo Silva, 87 - Centro
Sino que anunciou a independência do Brasil
Não é muito difícil de entender o motivo pelo qual este sino é protegido como patrimônio pelo órgão de defesa responsável do Governo Estadual. Hoje, o sino pertence à Igreja de São Geraldo (foto) – que inclusive é protegida como patrimônio em esfera municipal – , mas, à época da Independência, quando tocou para anuncia-la, ficava na antiga Catedral da Sé, demolida em 1913, desde sua fundição em 1820. O sino de quase 200 anos, com 18 quilogramas de ouro, 1,75 metros de altura e 1,70 de diâmetro pesa cerca de 2250 quilos e foi tombado pelo Condephaat em junho de 1972. O acesso ao sino é complicado, mas vale a pena visitar a paróquia.
Onde: Largo Padre Péricles, S/N - Perdizes
Casa do Tatuapé
Você pode andar pelas ruas do Tatuapé, um bairro predominantemente residencial, sem sequer notar a presença desta construção do ciclo bandeirista, mas, em meio a diversas casas como qualquer outra, a Casa do Tatuapé ostenta seus mais de 300 anos de idade. Construída em taipa de pilão, a casa de seis cômodos e dois sótãos foi adquirida pela Prefeitura de São Paulo em 1970, tombada como patrimônio histórico nas esferas municipal, estadual e federal. Hoje sedia atividades culturais.
Onde: Rua Guabijú, 49 - Tatuapé
Túmulo de Júlio Frank
Localizado no pátio interno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da USP, o túmulo de Júlio Frank, em estilo neoclássico, foi construído em 1841 para guardar o corpo do professor Júlio Frank. Por ser protestante, o alemão naturalizado brasileiro não podia ser enterrado nos cemitérios existentes na cidade. Os alunos, que o adoravam, conseguiram sepultá-lo no pátio da faculdade e pagaram pela execução do belo túmulo. Ele foi tombado como patrimônio histórico em esfera estadual no fim da década de 1970 e qualquer um pode visita-lo.
Onde: Largo São Francisco, 95 - Centro
Garagem América
Localizado entre a Rua Riachuelo e a Avenida Vinte e Três de Maio, o prédio caracteriza-se por seu pioneirismo. Construído na década de 1950, foi o primeiro estacionamento coletivo de grandes proporções construído na nossa cidade e o primeiro edifício com vários pavimentos de estrutura metálica no país. O prédio, com 500 vagas e 15 pavimentos, foi tombado pelo Condephaat em 2016.
Onde: Rua Riachuelo, 209 - Sé
Posto de Gasolina
Tombado pelo Condephaat em 2015, o Posto de Gasolina na Avenida Aclimação possui instalações que são consideradas remanescentes raros de padrões de construção da primeira metade do século XX. Seu modelo foi replicado em diversos postos de gasolina ao redor de São Paulo, mas poucos resistiram ao tempo. O prédio foi inaugurado em 1930, quando os veículos automotores começaram a crescer na cidade.
Onde: Avenida Aclimação, 11 - Liberdade
Cratera de Colônia
Pouca gente sabe, mas a Zona Sul da capital esconde uma cratera de 3,6 quilômetros de diâmetro. Certamente o mais antigo patrimônio paulistano, a Cratera de Colônia foi formada por um meteoro que caiu ali há mais de 20 milhões de anos e é protegida pelos órgãos responsáveis em esfera estadual e municipal. Hoje, milhares de pessoas vivem ali, no bairro de Vargem Grande. A cratera fica no Parque Natural Municipal Cratera de Colônia, que tem por objetivo garantir a proteger a relevância histórica, cultural e científica da área, que mantém remanescentes de floresta nativa e uma grande diversidade de espécies de fauna e flora típicas da Mata Atlântica.
Onde: Distrito de Parelheiros - Zona Sul
Atualizado em 15 Abr 2019.