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Como todas as artes, a culinária evolui através do tempo e das mudanças que se manifestam na ciência, na filosofia e em tudo mais que nos envolve e permeia a sociedade.

Já faz alguns anos, uma inovação considerável tomou conta da gastronomia mundial: a gastronomia molecular.

A gastronomia molecular é uma disciplina científica que ensina a compreender os mecanismos que estão na base das transformações dos alimentos durante sua preparação.
Muitos chefs aderiram a este movimento, surpreendendo seus clientes com elaborações que alteram a consistência original dos alimentos, mantendo seu gosto: ovos crus, com consistência de queijo, espumas de alho, sorvetes salgados e coquetéis sólidos são exemplos de desconstrução e reconstrução de alguns pratos propostos.

Experimentar alguns pratos com estas técnicas, elaborados por alguns grandes chefs, é realmente uma experiência inesquecível, um prazer incomparável. A culinária, porém, diferente de outras artes, pode ser usufruída todo dia, algumas vezes por dia.

Em uma analogia com as artes plásticas, onde a evolução de conteúdo se manifesta por meio de performances, instalações e intervenções no corpo (body-art), estas obras ficam nos museus, nas galerias, ou apenas em fotografias. Ninguém nunca as levaria para casa para serem degustadas, visualmente, todos os dias.

A gastronomia molecular, da mesma forma, possui grande importância no desenvolvimento da culinária e da contemporaneidade. Proporciona prazeres e reflexões mas, assim como alguns movimentos das artes plásticas, é difícil de ser degustada com frequência.

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