Quando pensamos em fatores de risco para doenças cardiovasculares, a maioria das pessoas menciona alimentação não saudável, sedentarismo, tabagismo ou histórico familiar. No entanto, um vilão menos visível, mas igualmente perigoso, é a raiva - uma emoção que, quando não gerenciada adequadamente, pode desencadear sérios problemas para o coração.
Embora a raiva seja uma reação humana comum, seu impacto a longo prazo na saúde cardíaca pode ser crítico, especialmente quando se manifesta de maneira constante e incontrolável.
Conforme apontado pelo jornal O Globo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o estresse crônico, que inclui episódios frequentes de raiva, pode elevar o risco de hipertensão, doença coronariana e até acidente vascular cerebral (AVC).
"A raiva pode ter um impacto significativo na saúde do coração. Quando ficamos com raiva, nosso corpo libera hormônios como adrenalina e cortisol, que podem aumentar a frequência cardíaca, a pressão arterial e o fluxo sanguíneo. Isso pode ser prejudicial para pessoas com problemas de saúde cardiovascular pré-existentes", explica o cardiologista Augusto Lavalle Cobo, chefe do Serviço de Cardiologia do Sanatório Otamendi, na Argentina.
Estudos recentes reforçam essa preocupação. Um levantamento da Universidade de Columbia analisou como um único episódio de raiva pode afetar a saúde vascular. Os pesquisadores observaram uma redução na capacidade de vasodilatação das artérias - um importante marcador de danos cardiovasculares - por até 40 minutos após o episódio de raiva em adultos aparentemente saudáveis.
Desta forma, pessoas que passam raiva de forma frequente estão mais suscetíveis a desenvolver condições como hipertensão e doença coronariana, além de terem maior risco de infarto do miocárdio e derrame.
A boa notícia é que existem maneiras de gerenciar essa emoção e mitigar seus efeitos negativos. “É importante encontrar formas saudáveis de gerir o stress emocional, como meditação, exercício físico, terapia cognitivo-comportamental ou simplesmente conversar com um amigo ou familiar”, ressalta o Lavalle Cobo ao jornal.
Assim, cuidar da saúde mental e emocional não é apenas uma questão de bem-estar psicológico, mas também uma medida essencial para a saúde do coração. Ficar atento a como lidamos com emoções intensas como a raiva pode ser uma atitude que salva vidas.
Por Gabrielly Bento
Atualizado em 1 Out 2024.