Guia da Semana

Na última quarta-feira (25), a Vigilância Epidemiológica da Bahia confirmou o sexto caso de botulismo no estado, que estava sob investigação. A doença não contagiosa é considerada grave e rara, causada por uma toxina da bactéria Clostridium botulinum.

Dentre os quadros registrados na Bahia, duas pessoas morreram, três estão internadas e um paciente teve alta. As autoridades de saúde suspeitam que a infecção ocorreu devido ao consumo de uma mortadela de frango contaminada. Os casos de botulismo identificados são das cidades de Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas.

Em nota, a Vigilância Epidemiológica da Bahia destacou que, neste ano, os números da doença são maiores do que em 2023, no qual foram registrados dois casos.

Por que o botulismo é grave?

O botulismo é grave pois é uma doença neuroparalítica, capaz de levar um paciente à morte por paralisia da musculatura respiratória. Por afetar o controle motor do organismo, a toxina botulínica pode causar várias complicações na pessoa contaminada pela bactéria Clostridium botulinum.

Segundo o Ministério da Saúde, além da insuficiência respiratória, os pacientes infectados podem apresentar os seguintes sintomas:

  • Dificuldade para falar;
  • Dificuldade para engolir;
  • Fraqueza de longa duração;
  • Fadiga;
  • Pneumonia por aspiração e infecção;
  • Problemas no sistema nervoso em geral.

Quais são as formas de botulismo e como prevenir?

A bactéria Clostridium botulinum pode ser encontrada em alimentos, nas fezes humanas ou de animais e no solo. Além disso, o microrganismo é capaz de sobreviver em sedimentos de lagos, mares, em água não tratada e em ambientes com pouco oxigênio, como comidas conservadas e enlatadas.

Com isso, o botulismo tem três principais formas de transmissão: a alimentar, por ferimentos e a intestinal.

Botulismo alimentar

Conforme o Ministério da Saúde, nessa forma de transmissão a intoxicação ocorre por meio de conservados produzidos inadequadamente. Nesses casos, o período entre o consumo e surgimento dos sintomas pode variar entre 2 horas e 10 dias. Aliás, no Brasil, esse tipo de transmissão é o mais recorrente.

Os produtos que costumam estar envolvidos no quadro são: conservas vegetais, como palmito, picles e pequi, além de salsicha, presunto e carne de lata. Outros alimentos que podem ser envolvidos são os pescados defumados, salgados, fermentados e queijos.

Botulismo por ferimentos

A infecção pode acontecer por meio de úlceras crônicas, fissuras, lesões graves em ossos ou órgãos internos e ferimentos em áreas mal vascularizadas. Além disso, esse tipo de transmissão ocorre por injeção ou inalação de drogas ilícitas. O período entre o consumo e surgimento dos sintomas pode variar entre 4 e 21 dias.

Botulismo intestinal

Esse quadro é referente à toxina botulínica em alimentos contaminados que se fixa e multiplica no intestino. Alguns fatores de risco para adultos, por exemplo, são as cirurgias intestinais, a Doença de Crohn e o uso de antibióticos por muito tempo. Nesses casos, ainda não há um período determinado entre o consumo e surgimento dos sintomas.

Outros quadros são o botulismo infantil e o associado ao uso terapêutico ou estético da toxina botulínica, além da manipulação de um material contaminado em laboratório.

Ao observar os sinais da doença, é importante buscar um diagnóstico médico. Caso seja constatado o botulismo, o paciente será imediatamente tratado para reduzir o risco de morte e entrar no processo de recuperação.

Por Jennifer de Carvalho

Atualizado em 26 Set 2024.