O café é uma das bebidas mais tradicionais do mundo. A bebida pode acompanhar a primeira refeição do dia, o lanche da tarde ou, até mesmo, uma xícara no meio do expediente para ajudar a dar mais energia. Porém, estudos apontam a possibilidade de algumas pessoas sentirem desconfortos gastrointestinais com a sua ingestão.

Mesmo que o café seja agradável ao paladar de muitos, o seu consumo deve ser equilibrado. Segundo um artigo no portal da Associação Paulista de Medicina (APM), a ingestão diária não deve ultrapassar 400 mg. Essa quantidade representa de 2 a 4 xícaras pequenas da bebida.

Quando o consumo é excessivo, por exemplo, algumas pessoas podem sentir azia. Conforme um estudo da Universidade do Porto, em Portugal, esse sintoma pode ser causado por uma irritação em uma camada do esôfago, além de estimular uma secreção ácida no estômago.

Além disso, o café pode provocar uma má digestão, náusea e flatulência. Outro estudo de 2022, publicado na revista científica Nutrients, classificou esses sintomas como um quadro chamado dispepsia.

O café pode provocar ou piorar a gastrite?

Dentre os desconfortos possíveis de serem sentidos, a gastrite pode ser uma delas. A condição se refere a uma inflamação no revestimento interno do estômago.

O paciente afetado pode apresentar um quadro agudo – quando os sintomas surgem repentinamente, com pouca duração – ou crônico – quando os sinais se instalam aos poucos e demoram mais para serem controlados.

Um estudo publicado na revista científica Journal of Applied Nursing and Health analisou justamente a relação do café com a gastrite. Para isso, os pesquisadores avaliaram bancos de dados acadêmicos e estudos publicados em plataformas científicas.

Após a revisão dos conteúdos, os cientistas chegaram à conclusão de que o café pode, sim, influenciar os casos de gastrite. Isso porque o teor de cafeína é capaz de estimular a produção de um ácido estomacal.

Assim, a inflamação pode levar um tempo para ser tratada se o estômago for constantemente exposto a substâncias irritantes.

"O tecido inflamado é, então, preenchido com tecido de fibrina, o que pode causar a perda da camada mucosa gástrica e a atrofia", apontaram os pesquisadores no artigo.

Ainda, a pesquisa da Universidade do Porto destacou que outro estudo substituiu o café por uma bebida sem cafeína, relatando a melhora dos sintomas de dispepsia em 51 pacientes que sofriam com essa condição. No entanto, os componentes do café responsáveis por provocar o quadro não chegaram a ser profundamente analisados.

Muitos cientistas ressaltam a necessidade de mais estudos para uma melhor compreensão sobre como o tradicional café pode atuar negativamente no intestino.

Mas caso a pessoa apresente sintomas de desconfortos gastrointestinais, é importante consultar um médico. Ainda, vale uma avaliação com um nutricionista que orientará a melhor forma de consumir o café, conforme as individualidades de cada paciente.