A dismorfia corporal é um transtorno psicológico que afeta diretamente a forma como uma pessoa percebe a própria aparência. Para quem sofre com essa condição, pequenos detalhes do corpo podem parecer defeitos enormes, afetando a saúde mental e a qualidade de vida.

Embora seja normal sentir insatisfação ocasional com a aparência, a dismorfia corporal vai além, podendo levar a comportamentos obsessivos e até ao isolamento social.

Reconhecer os sinais da dismorfia corporal é o primeiro passo para buscar ajuda. Confira cinco sintomas que podem indicar a presença desse transtorno, de acordo com o portal A Gazeta:

1. Preocupação extrema com detalhes do corpo

Pessoas com dismorfia corporal costumam se fixar em partes específicas do corpo, como a barriga, o nariz, pele, cabelo ou até a forma do corpo como um todo. Essa preocupação vai além de uma autocrítica comum e torna-se uma obsessão constante.

Mesmo com a garantia de que essas características são normais ou pouco perceptíveis para os outros, quem tem dismorfia vê nelas um problema que precisa ser "corrigido".

"A pessoa tende a focar em uma imperfeição mínima ou inexistente, o que gera um nível elevado de angústia", afirma a psicóloga Valeska Bassan, especialista em distúrbios alimentares ao site.

2. Comparações constantes com outras pessoas

Um dos comportamentos típicos de quem sofre de dismorfia corporal é a comparação frequente com outras pessoas, tanto em situações reais quanto nas redes sociais.

Essa necessidade de se medir em relação a outros geralmente resulta em frustração e baixa autoestima, já que a pessoa com dismorfia raramente se sente à altura dos padrões que ela mesma estabeleceu.

3. Comportamentos repetitivos para “corrigir” a aparência

Quem sofre com dismorfia corporal tende a adotar comportamentos repetitivos e compulsivos na tentativa de melhorar a aparência percebida.

Esses comportamentos podem incluir, por exemplo, o uso excessivo de maquiagem, buscar repetidamente cirurgias plásticas, mudar constantemente o estilo de cabelo ou gastar horas diante do espelho tentando "consertar" o que acreditam estar errado.

4. Impacto negativo nas interações sociais

A insatisfação constante com a aparência pode fazer com que a pessoa evite interações sociais, sentindo-se desconfortável ou com medo de ser julgada.

Como resultado, muitos indivíduos com dismorfia corporal acabam se isolando, preferindo ficar longe de festas, eventos ou até mesmo encontros com amigos, o que afeta diretamente a vida social e emocional.

5. Dificuldade em aceitar elogios sobre a aparência

Quando alguém com dismorfia corporal recebe um elogio sobre a aparência, é comum que não consiga aceitá-lo. Ao invés de se sentir bem, a pessoa tende a desconfiar da sinceridade do elogio, acreditando que o interlocutor está apenas sendo educado ou não está vendo o que ela considera um defeito grave.

A dismorfia corporal pode afetar todas as áreas da vida de uma pessoa, desde o bem-estar emocional até os relacionamentos pessoais. Caso você ou alguém que conheça apresente esses sintomas, é importante buscar ajuda profissional, como psicólogos ou psiquiatras especializados.

"A dismorfia corporal é um transtorno psicológico sério, que pode comprometer não só a saúde mental, mas também a física. O tratamento com psicoterapia e, em alguns casos, com acompanhamento médico, é essencial para que a pessoa possa reconstruir uma relação saudável com sua própria imagem", reforça Valeska.