Manter o cérebro saudável ao longo da vida depende de escolhas simples, mas poderosas, que podem ajudar a prevenir o surgimento de doenças neurodegenerativas, como as demências.
Embora o fator genético tenha seu papel, a ciência mostra que determinados hábitos cotidianos podem fortalecer as funções cerebrais e reduzir o risco de declínio cognitivo.
Essas rotinas automatizadas podem, sem que percebamos, reduzir os estímulos necessários para manter o cérebro em pleno funcionamento. No entanto, é possível adotar práticas que, mesmo em meio à tecnologia, estimulam a atividade cerebral e fortalecem a saúde cognitiva.
De acordo com o jornal O Globo, um conceito central para entender essa dinâmica é a neuroplasticidade, a capacidade do sistema nervoso de criar novas conexões neuronais.
“Hoje, como vivemos muito com a facilidade dos aplicativos, às vezes qualquer perda cognitiva é percebida de forma muito tardia e a oportunidade de trabalhar a neuroplasticidade é perdida. Mas existem exercícios que trazem essas práticas para o dia a dia como uma excelente estratégia de proteção mental contra um possível declínio ao longo da vida,” afirmou o neurocientista e neurocirurgião Fernando Gomes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Outro conceito destacado pelos especialistas e também citado pelo jornal é a chamada "reserva cognitiva", que representa a capacidade do cérebro de resistir ao desgaste com o passar dos anos. Rogério Panizzutti, diretor do Laboratório de Neurociência e Aprimoramento Cerebral (LabNACE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende que estimular essa reserva cognitiva é essencial para afastar o risco de perda funcional.
Lívia Ciacci, neurocientista e parceira do programa Supera Ginástica para o Cérebro, reforça que é possível adotar hábitos que ajudem a preservar a saúde mental. Atividades sociais, intelectuais e físicas estão entre as mais recomendadas para manter a mente ativa.
1. Voltar para casa sem ajuda de aplicativo
Nos acostumamos a usar aplicativos de navegação para nos guiar em trajetos conhecidos, o que acaba enfraquecendo nossa capacidade de orientação espacial e memória.
2. Abaixar o volume dos fones de ouvido
Ouvir música em volumes altos pode danificar os ouvidos e, com o tempo, prejudicar a comunicação entre as células cerebrais. Proteger a audição, mantendo o volume em níveis seguros, é essencial para evitar a perda auditiva, que está diretamente ligada ao risco de declínio cognitivo.
3. Fazer as compras sem lista
Desafiar o cérebro em pequenas tarefas diárias é uma ótima forma de exercitá-lo. Fazer compras sem lista, por exemplo, estimula a memória e a atenção. Ao tentar se lembrar de todos os itens necessários, você ativa áreas do cérebro responsáveis pelo armazenamento e pela recuperação de informações.
4. Aprender um instrumento musical
A música é uma das atividades mais poderosas para o cérebro. Aprender a tocar um instrumento musical envolve coordenação motora, memória, atenção e processamento sensorial.
5. Fazer sexo e falar sobre os sentimentos
A saúde mental e emocional está diretamente ligada à saúde do cérebro. Manter uma vida sexual ativa, além de fortalecer laços emocionais, libera hormônios que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, fatores que afetam a função cerebral.
6. Sair para dançar
Dançar é uma atividade que combina movimento, socialização e coordenação, e isso faz dela uma ótima aliada na proteção do cérebro. A dança envolve diversas partes do cérebro ao mesmo tempo - memória para lembrar os passos, coordenação motora para executar os movimentos, e interação social quando feita em grupo.
7. Escrever uma redação por semana
Escrever regularmente é um excelente exercício para o cérebro. Ao escrever uma redação, você precisa organizar ideias, estruturar argumentos e usar a criatividade, o que estimula diversas áreas cognitivas.
Por Gabrielly Bento
Atualizado em 1 Out 2024.