Guia da Semana

A ciência está cada vez mais interessada em compreender os detalhes da felicidade humana e, mais recentemente, em identificar em que momento da vida a tristeza atinge seu ponto mais alto.

Já se perguntou por que a famosa “crise dos 40” é tão comum? A ciência pode ter a resposta. Um estudo aprofundado, realizado pelo economista David G. Blanchflower, da Universidade de Dartmouth e publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, analisou os níveis de satisfação com a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Com qual idade somos mais tristes, segundo a ciência?

De acordo com o portal Concursos no Brasil, a pesquisa, que abrangeu mais de cem países, incluindo o Brasil e outras nações da América Latina e Europa, revelou um padrão intrigante: a felicidade tende a diminuir gradualmente a partir da juventude, atingindo o ponto mais baixo entre os 47 e 48 anos. Após essa fase, a satisfação com a vida volta a crescer, sugerindo assim que a relação entre idade e felicidade assume o formato de um “U”.

Essa, conhecida popularmente como “crise da meia-idade”, é uma fase marcada por um misto de frustrações e inseguranças. Segundo o economista, muitos começaram a sentir o peso da nostalgia pela juventude ao mesmo tempo em que se preocupavam com a proximidade da velhice.

A relação entre dinheiro e bem estar

O estudo também investigou a relação entre renda e bem-estar. A pesquisa confirmou que a situação financeira desempenha um papel importante na satisfação com a vida, especialmente durante a crise dos 40. Pessoas nessa faixa etária que enfrentam dificuldades financeiras, como desemprego ou instabilidade econômica, tendem a apresentar níveis mais baixos de felicidade.

Para Blanchflower, essa fase pode ser mais sensível, pois os indivíduos tendem a ter maior responsabilidade financeira e familiar, o que aumenta a pressão em contextos econômicos instáveis. A insegurança econômica surge, então, como um dos maiores desafios para essa faixa etária, agravando o sentimento de descontentamento.

Apesar das conclusões, Blanchflower ressalta que a percepção de tristeza e bem-estar pode variar entre as diferentes gerações, como os "baby boomers", que enfrentam um cenário econômico distinto do enfrentado pela "Geração Z". Dessa forma, ele alerta que as futuras pesquisas sobre felicidade e idade podem apresentar resultados variados, conforme as transformações sociais e econômicas impactam o modo como as gerações enfrentam a meia-idade.

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Por Gabrielly Bento

Atualizado em 5 Nov 2024.